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“Tio, sou forte e vou sair dessa”, disse sobrevivente da tragédia antes de ser transferida para Porto Alegre

Estudante Kelen Giovana Leite Ferreira tem queimaduras nos braços e problemas respiratórios 

Cidades|Mauren Xavier, do Correio do Povo

José Mauri Ferreira, o pai de Kelen
José Mauri Ferreira, o pai de Kelen José Mauri Ferreira, o pai de Kelen (Andre Avila )

“Tio, sou forte e vou sair dessa”. Essas foram as últimas palavras da estudante Kelen Giovana Leite Ferreira, de 19 anos, uma das feridas no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, antes de ser sedada e transferida para Porto Alegre. Com queimaduras nos dois braços e problemas respiratórios por conta da inalação da fumaça tóxica, ela é uma das 17 vítimas da tragédia que estão internadas no Hospital de Clínicas da capital gaúcha. 

Enquanto a filha recebe atendimento médico na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e deve permanecer isolada, praticamente toda a família, que reside na cidade de Alegrete, deslocou-se para a capital para acompanhar o tratamento. Com tristeza, o pai de Kelen, José Mauri Ferreira, relembra dos últimos acontecimentos.

— Meu telefone tocou às 4h da madrugada de domingo. Era o meu irmão falando que tinha ocorrido o incêndio e que a Kelen havia sobrevivido e estava internada no hospital. Em menos de uma hora já estava na estrada indo para Santa Maria. 

A filha é estudante do terceiro semestre de terapia ocupacional da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e mora com o tio na cidade palco da tragédia com 231 mortos. Na festa, Kelen foi socorrida pelo namorado e levada para o Hospital Caridade, onde recebeu atendimento. Lúcida, ela chegou ainda a falar ao tio que ficaria bem porque era forte e pediu para todos terem fé. 

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Mesmo chegando pouco tempo depois, o pai não conseguiu falar com a filha. Para dar prosseguimento ao tratamento, ela acabou sendo sedada e transferida para Porto Alegre, ainda no início da tarde de domingo. Ela foi levada por um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e chegou à capital gaúcha por volta das 14h. Seu estado clínico é considerado grave, principalmente em função da inalação da fumaça.

— Ela está tendo o melhor atendimento, tenho certeza disso. Mesmo o caso dela sendo delicado, temos fé que vai sobreviver. 

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Com a transferência, José, sua mulher, o tio e a irmã vieram imediatamente para Porto Alegre, onde estão na casa de parentes. A expectativa é que na quarta-feira (30) outro irmão da paciente se junte à família para acompanhar o tratamento de Kelen.

Além da jovem, há outros 16 pacientes em atendimento no Hospital de Clínicas. Nos primeiros dois dias, 11 foram transferidos de Santa Maria e na madrugada de ontem mais seis. O estado de saúde de todos é considerado grave e delicado. 

Para acolher as famílias, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre reservou um auditório para acomodá-los durante o dia. No local, todos estão recebendo acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais. 

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