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Banco Central vê forte queda do PIB na primeira metade do ano 

Em ata divulgada nesta terça-feira (12), o BC também destacou que o compromisso com a meta para o IPCA é o objetivo número um

Economia|

BC divulgou ata da reunião Copom nesta terça-feira (12)
BC divulgou ata da reunião Copom nesta terça-feira (12) BC divulgou ata da reunião Copom nesta terça-feira (12)

O Banco Central destacou que vê forte queda do PIB (Produto Interno Bruto) na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre, segundo ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) publicada nesta terça-feira (12), na qual pintou perspectivas sombrias para a atividade devido ao impacto do coronavírus.

Leia mais:Guedes defende aprovação no Congresso de independência do BC

No documento, o BC também indicou que sua atuação leva em conta as expectativas mais baixas para a inflação neste ano, destacando que o compromisso com a meta para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é seu objetivo número um.

"Embora haja poucos dados disponíveis para o mês de abril, há evidência suficiente de que a economia sofrerá forte contração no segundo trimestre deste ano", apontou a ata.

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"A menos de avanços médicos no combate à pandemia, é plausível um cenário em que a retomada, além de mais gradual do que a considerada, seja caracterizada por idas e vindas", completou.

Como de praxe, o BC não abriu suas estimativas para o PIB, o que só costuma fazer no Relatório Trimestral de Inflação, documento que sairá em junho. No RTI (Relatório Trimestral de Inflação) de março, a perspectiva ainda era de crescimento zero para o país em 2020.

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Desta vez, o BC frisou que projeções apontam para uma recessão global com poucos precedentes históricos. No país, haverá um impacto desinflacionário sobre a economia em função do forte aumento do nível de ociosidade dos fatores de produção.

"A elevação abrupta da incerteza sobre a economia deve resultar em aumento da poupança precaucional e consequente redução significativa da demanda agregada", disse o BC.

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Segundo a autoridade monetária, esse quadro ensejou um início de revisão para baixo das expectativas para a inflação para níveis não compatíveis com as metas, em particular para o horizonte relevante da política monetária, que abarca o ano de 2021.

Nesse sentido, o BC reafirmou seu compromisso com a meta para o IPCA estabelecida pelo governo, destacando que este "sempre foi e segue sendo o principal objetivo da política monetária".

A meta deste ano é de inflação de 4% e, no próximo ano, de 3,75%, sempre com margem de 1,5 ponto para mais ou para menos. Dependendo das premissas consideradas, as contas do BC apontam para um IPCA de 2,4% ou 2,3% para 2020 - abaixo, portanto, do piso da meta -, e de 3,4% ou 3,2% para 2021.

Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,75 ponto percentual, à nova mínima histórica de 3% ao ano, aumentando o ritmo de afrouxamento monetário em meio às preocupações com a atividade doméstica, e já indicando um novo ajuste de, no máximo, igual magnitude à frente. A mensagem foi repetida nesta terça-feira (12).

Este foi o sétimo corte consecutivo dos juros básicos e veio após redução de 0,5 ponto em março. A próxima reunião do Copom acontece em 16 e 17 de junho.

A publicação da ata era aguardada pelo mercado após o BC mudar de postura e passar a apontar, no comunicado, que sua decisão teve como pano de fundo a derrocada da economia.

Em março, quando a crise com o coronavírus começou a ganhar contornos mais sérios, o BC chegou a ponderar que relaxamentos monetários adicionais poderiam tornar-se contraproducentes se resultassem em aperto nas condições financeiras - comunicação que abandonou.

Isso ocorreu apesar do quadro fiscal ter ficado mais desafiador para o país, em meio a pressões para gastos permanentes e falta de alinhamento no front político para o avanço de projetos no Congresso nos moldes desejados pela equipe econômica.

Limite

Na ata, o BC indicou que a maioria dos membros do Copom ponderou que há um limite efetivo mínimo para a Selic e que esse patamar seria mais alto em países emergentes, pela presença de um prêmio de risco. Isso acontece para o Brasil, dada sua relativa fragilidade fiscal e incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva, disse o BC.

"Nesse contexto, já estaríamos próximos do nível onde reduções adicionais na taxa de juros poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos mercados financeiros e nos preços de ativos", afirmou.

Em contrapartida, um membro do Copom argumentou que não haveria razão para a existência desse limite mínimo operacional, já que os tradicionais canais da política monetária continuariam operantes, sem descontinuidades, embora, possivelmente, com um aumento do efeito de variações da taxa de juros básica sobre os preços de ativos financeiros.

"O Comitê como um todo reconheceu a importância de gradualismo na condução da política monetária para avaliação da resposta dos preços de ativos financeiros", concluiu o BC, sobre o tema.

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