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Economia Conta de luz mais cara vai manter inflação alta no curto prazo, diz BC

Conta de luz mais cara vai manter inflação alta no curto prazo, diz BC

Ata do Copom sinaliza para juros básicos em 6,25% ao ano com inflação oficial de 5,8% ao fim de 2021

  • Economia | Do R7

BC prevê nova alta de 2 p.p. da Selic neste ano

BC prevê nova alta de 2 p.p. da Selic neste ano

Reprodução/Banco Central

O BC (Banco Central) divulgou na manhã desta terça-feira (22) a ata da última reunião do Copom (Conselho de Política Monetária), que resultou na terceira elevação consecutiva da taxa básica de juros da economia, a Selic, para 4,25% ao ano, maior patamar desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Ao justificar a decisão de juros mais altos, o BC destaca a influência da atual crise hídrica sobre as tarifas de energia elétrica nos próximos meses. "Adota-se uma hipótese neutra para a bandeira tarifária de energia elétrica, que se mantém em “vermelha patamar 1” em dezembro de cada ano-calendário", diz o documento, que vê a elevação de preços com impactos da oferta e da demanda no curto prazo. 

Com as influências, a autoridade monetária diz esperar por uma inflação oficial de 5,8% neste ano, percentual acima do teto da meta, fixado em 5,25% pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o período de 12 meses. "O compromisso inequívoco do Banco Central é com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e os passos futuros da política monetária são livremente ajustados com esse objetivo", aponta a ata.

Quando se trata apenas dos preços administrados por contrato ou por órgão público, tais como a própria energia elétrica, gasolina e tarifas de transporte público, a expctativa do BC é de uma inflação ainda maior, de 9,7% para 2021 e 5,1% para 2022.

A movimentação deve resultar em uma taxa básica de juros no patamar de 6,25% ao ano ao final de 2021, valor 2 pontos percentuais superior ao atual.  A previsão leva em conta que a taxa básica de juros funciona como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, já que os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição das famílias a consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

"O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante", diz a ata sobre a decisão, que classifica como necessária para a normalização da taxa de juros em um patamar considerado neutro. "Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação", completam os diretores da autoridade monetária. 

Para a próxima reunião, a previsão definida pelo BC é de uma nova alta de 0,75 ponto percentual na Selic, para 5% ao ano. A decisão, no entanto, ainda dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e de como esses fatores afetam as projeções de inflação. 

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