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Copel vê dividendo nos limites de nova política apesar de pedido do governo estadual

ENERGIA-COPEL-CEO:Copel vê dividendo nos limites de nova política apesar de pedido do governo estadual

Economia|

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense Copel vai propor dividendos dentro dos limites de uma política de proventos recém-aprovada pela companhia, mesmo após um pedido do governo estadual pela distribuição neste ano do "maior valor possível" aos acionistas, disse à Reuters nesta sexta-feira o presidente da elétrica.

A política aprovada nesta semana pela companhia controlada pelo governo do Paraná prevê pagamento de 65% do lucro ajustado se a alavancagem financeira da empresa estiver abaixo de 1,5 vez. Para alavancagem entre 1,5 vez e 2,7 vezes, os proventos seriam de 50% dos ganhos.

Mas a regra deixa aberta a possibilidade de dividendos extraordinários, acima desses parâmetros-- limitados às reservas de lucros-- desde que ouvido o conselho fiscal e com aprovação de assembleia de acionistas.

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No começo do ano, a administração estadual do Paraná enviou carta à Copel na qual pediu que esta verificasse a possibilidade de pagar dividendos extraordinários "no maior valor possível".

"Nossa política prevê dividendos extraordinários, mas apenas em casos excepcionais, com aprovação da assembleia de acionistas, porque é uma política que estamos pensando para médio e longo prazo, para perdurar, você tem que prever alguns casos de exceção", explicou o CEO, Daniel Slaviero.

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"Mas, especificamente neste ano, nossa política seguirá os padrões que estão estabelecidos nela, mesmo nesse pedido", disse ele, em referência ao pleito do governo do Paraná.

O executivo disse que o governo estadual foi "transparente" ao fazer a solicitação em carta e rejeitou qualquer interferência sobre a gestão ou pressões por pagamento maior.

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"Tanto não interferiu que esse pedido estará enquadrado dentro dos parâmetros da nova política", reiterou ele, ao apontar que houve "algum ruído" no mercado sobre o tema.

O presidente da Copel destacou que o conselho da empresa também aprovou enviar para votação em assembleia uma reforma estatutária que forneceria "blindagem" contra pressão política, ao vetar alterações futuras do estatuto que permitam à empresa não aplicar reajustes de tarifas aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Mudanças nesse sentido só seriam autorizadas com aprovação dos acionistas detentores de ações preferenciais, o que não permitiria ao governo estadual decidir sozinho.

No passado, a Copel chegou a adiar reajustes de tarifas para atender pedidos de governadores.

"Isso nunca mais será assunto dentro da companhia", disse.

Ele também afirmou que uma oferta secundária de ações na qual o braço de participações do BNDES (BNDESPar) e o governo do Paraná pretendem vender ações da Copel deve acontecer no primeiro semestre.

A companhia, no entanto, seguirá sob controle da gestão estadual, que deve vender apenas uma parte de seus papéis.

Segundo Slaviero, declarações recentes de autoridades do Paraná sinalizam que o governo não deve buscar vender nessa operação todas ações que poderia sem perder o controle.

"É nossa recomendação, inclusive. Primeiro porque existe nossa convicção e perspectiva de que a ação vai se valorizar... e segundo porque, se ele for até o limite possível, tira o espaço de a companhia fazer ofertas primárias no futuro, porque o Estado se estiver no limite não consegue mais se diluir".

Ele acrescentou, no entanto, que a Copel não avalia fazer nenhuma oferta primária de ações no momento.

(Por Luciano Costa)

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