Grupo do aço puxa alta dos preços dos materiais na construção civil
Helena Pontes/Agência IBGE NotíciasO Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil), divulgado nesta terça-feira (11) pelo IBGE, subiu 1,87% em abril frente a março, terceira maior taxa da série desde a desoneração da folha, em julho de 2013, puxada pela alta dos materiais, especialmente na região Nordeste.
Conforme o IBGE, o preço do metro quadrado construído no Brasil atingiu a média de R$ 1.363,41 em abril, valor composto por R$ 789,10 em gastos com materiais e R$ 574,31 em mão de obra.
O indicador, que calcula o preço médio das obras no país, houve aceleração de 0,42 ponto percentual em relação a março (1,45%). No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 16,31%, mais do que os 14,46% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já no acumulado de janeiro a abril deste ano, o indicador ficou em 6,81%. Em abril de 2020, o índice foi 0,25%.
A parcela dos materiais apresentou variação de 3,14%, registrando aumento de 0,94 ponto percentual em relação ao mês anterior (2,20%) e a maior taxa do ano de 2021. Considerando o índice de abril de 2020 (0,09) da parcela de materiais, houve aumento de 3,05 pontos percentuais.
Já a parcela de mão de obra teve uma menor participação no índice geral registrando uma taxa de 0,18%, ficando 0,29 p.p. menor que março (0,47%. Comparando com abril do ano anterior (0,42%), observamos queda de 0,24 p.p.
“A parcela de mão de obra só tem apresentado influência no índice quando homologações de dissídios são captadas. Neste mês, captamos um dissídio no Maranhão, que com um peso menor que estados maiores, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro ou Bahia tem sua influência mais restrita no índice local ou da região”, analisa o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
Os acumulados no ano são 11,08% (materiais) e 1,46% (mão de obra), sendo que em doze meses ficaram em 28,41% (materiais) e 2,99 (mão de obra).
A Região Nordeste, com alta observada na parcela dos materiais em todos os estados, e acordo coletivo registrado no Maranhão, ficou com a maior variação regional em abril, 2,23%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,49% (Norte), 1,95% (Sudeste), 1,97% (Sul), e 0,61 (Centro-Oeste).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.351,76 (Norte); R$ 1.293,48 (Nordeste); R$ 1.412,62 (Sudeste); R$ 1.422,44 (Sul) e R$ 1.330,39 (Centro-Oeste).
Entre os estados, Minas Gerais apresentou a maior variação mensal, 2,85%, seguida de Bahia e Maranhão, com 2,51% e 2,48%, respectivamente. Maranhão teve sua taxa influenciada pela alta nos materiais e acordo coletivo firmado para as categorias profissionais.