O principal índice da Bolsa de São Paulo (Bovespa) teve nesta terça-feira (23) seu sexto dia de valorização em sete sessões, com investidores desmontando posições vendidas em meio à maior estabilidade internacional. No mercado cambial, o dólar fechou em baixa de 0,53%, negociado a R$ 2,220 para compra e R$ 2,222 para venda.
O Ibovespa subiu 0,51%, aos 48.819 pontos. O índice chegou a avançar 1,66%, na máxima, mas perdeu força perto do fim da sessão. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,72 bilhões, abaixo da média diária em 2013.
Para especialistas, a alta da sessão deu continuidade à correção de quedas exageradas nos últimos meses, em meio ao pessimismo sobre a temores de eventual retirada dos estímulos monetários pelo Federal Reserve, o que poderia reduzir o fluxo de capitais para mercados emergentes.
Desde o fechamento de 12 de julho, o Ibovespa acumula valorização de 7,2%. Ainda assim, a queda no ano é de quase 20%. O Credit Suisse indicou, em nota da mesa de operações a clientes, que o País pode esperar mais mudanças índice.
— O Brasil parece estar tão "subinvestido" neste momento que qualquer operação significativa nos mercados futuro ou à vista pode mover o índice em 1% para cima ou para baixo.
Esse raciocínio tem suporte no baixo volume financeiro, que facilita maiores oscilações do índice.
A maior estabilidade internacional nas últimas semanas foi possível graças a sinais de autoridades do Fed de que o plano do banco central dos Estados Unidos de reduzir os estímulos ainda depende de dados econômicos, e que o juro básico do país deve permanecer no piso recorde por um longo período.
Esse cenário tem desencadeado um movimento de correção da Bovespa, motivando investidores a cobrir posições vendidas. O operador Thiago Montenegro, da Quantitas Asset Management, comentou sobre os contratos da Bolsa.
— Há cerca de um mês, estávamos acima da faixa de 90 mil contratos (de Ibovespa futuro) vendidos, agora esse número está recuando para a faixa dos 70 mil.
Nesta sessão, as mineradoras Vale e MMX e a petroleira OGX, estas últimas do grupo EBX, de Eike Batista, foram destaques de alta.
O papel da MMX, que chegou a subir mais de 15%, em meio a comentários de analistas de possível venda de ativos pela companhia. A empresa já afirmou manter negociações com a suíça Glencore Xtrata e a holandesa Trafigura.
A operadora de telecomunicações Oi e a incorporadora imobiliária Brookfield foram destaques de queda.
Níveis de suporte
Durante a sessão, o Ibovespa chegou a romper o patamar dos 49 mil pontos. A perspectiva é que o índice volte a ficar acima dos 50 mil pontos nos próximos pregões, segundo o analista-chefe da Gradual Investimentos, Paulo Esteves.
— O que poderia estancar o avanço são os resultados corporativos, mas com o início da safra de balanços, investidores estão se conscientizando de que a fase não está tão ruim e que descontaram demais os preços.