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Dólar cai pela terceira sessão consecutiva e vale R$ 5,15

Queda de 2,26% da moeda norte-americana capturou apetite por risco no mundo após dados de atividade melhores que o esperado no exterior

Economia|Do R7, com Reuters

Dólar oscilou entre 5,135 e 5,228 na sessão
Dólar oscilou entre 5,135 e 5,228 na sessão Dólar oscilou entre 5,135 e 5,228 na sessão

O dólar caiu mais de 2,26% e registrou a terceira queda seguida ante o real nesta terça-feira (23). Com a movimentação, a moeda norte-americana passou a ser negociada por R$ 5,1531, menor patamar desde o dia 15 (R$ 5,1421).

Na sessão, a cotação da divisa oscilou entre baixas de 2,6%, a R$ 5,135, e de 0,84%, para R$ 5,2279. Na B3, o dólar futuro recuava 1,92%, a R$ 5,1535 no fechamento da sessão.

A queda da moeda norte-americana ao menor valor em mais de uma semana ocorreu em movimento que capturou novo dia de apetite por risco no mundo após dados de atividade melhores que o esperado no exterior e declarações favoráveis ao acordo comercial EUA-China.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes cedia 0,2%, enquanto o euro e moedas como dólar australiano, peso mexicano e rand sul-africano se valorizavam na esteira do clima favorável a ativos mais arriscados.

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Dados preliminares de atividade nos EUA e na Europa mostraram quedas menos intensas em junho, reforçando esperanças de que as principais economias possam se recuperar antes que o previsto do tombo causado pelos bloqueios decorrentes da crise de saúde da covid-19.

Além disso, o mercado se apegou a tentativas de autoridades dos EUA de "apagar o incêndio" causado na véspera pelo assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, o qual disse que o pacto comercial entre EUA e China estaria "acabado".

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Ainda na segunda-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que o acordo estava "totalmente intacto". O diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Larry Kudlow, repetiu as palavras de Trump. E o próprio Navarro voltou atrás em suas declarações e disse que seus comentários foram interpretados "extremamente fora de contexto".

No plano local, analistas chamam atenção para os movimentos nos mercados de câmbio e ações. Enquanto o dólar teve forte queda nesta terça, o Ibovespa não chegou a anular na sessão as perdas da véspera, quando o dólar também caiu.

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"Uma das alocações que mais 'andou' esse mês foi o Comprado em Ibovespa e Comprado em Dólar. Estamos vendo alguma 'realização de lucros' destas posições nos últimos dois dias", disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.

O Ibovespa subiu 0,67% nesta terça, após cair 1,28% na segunda, dia em que o dólar recuou 0,86%.

O real liderou com folga os ganhos entre as principais moedas nesta sessão. Analistas também atribuíram a força "extra" à sinalização mais cautelosa do Banco Central sobre novos cortes de juros, conforme ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) publicada na manhã desta terça-feira.

No documento, o BC apontou que o país já estaria próximo do limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros Selic, a partir do qual novos cortes seriam contraproducentes.

A Selic foi reduzida na semana passada a nova mínima recorde de 2,25% ao ano, e alguns no mercado veem taxa de juros ao fim de 2020 em 2% ou até menos. Quanto menor esse patamar, menor o retorno pago pelo Brasil em títulos de renda fixa, o que desestimula aplicação na renda fixa doméstica, já que outros emergentes têm juros mais altos e medidas mais baixas de risco.

Mas o Goldman Sachs acredita que um corte adicional da Selic em agosto ainda é provável, sem prejudicar em demasia o câmbio.

Para Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas para a América Latina do banco privado, previsões de inflação para 2021 "muito confortáveis" e núcleos de inflação rodando abaixo de níveis compatíveis com cumprimento da meta sugerem que novo corte é mais provável do que não, "barrando mais elevações no prêmio de risco fiscal e/ou uma performance significativamente mais fraca para o real", disse Ramos em nota.

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