Moeda norte-americana é considerada porto-seguro para investidores
GILSON JUNIO/ ESTADÃO CONTEÚDOO dólar engatou a terceira alta consecutiva e fechou o pregão no maior patamar em quase dois meses nesta segunda-feira (9), acima de R$ 5,15, com investidores começando mais uma semana em favor da moeda norte-americana, considerada porto seguro em tempos de inflação alta, juros para cima e risco de baixa econômica no mundo.
Numa clássica dinâmica de aversão a risco, as bolsas de valores tiveram fortes quedas, os juros dos títulos de países seguros caíram, assim como as commodities, enquanto moedas emergentes como o real perderam valor.
O dólar spot fechou em alta de 1,62%, a R$ 5,15, máxima desde 15 de março. Durante os negócios, a cotação foi a R$ 5,16, maior preço intradiário também desde 15 de março.
O real sentiu o baque que aplacou vários pares. Um índice do JPMorgan para a classe de moedas emergentes também caiu por uma terceira sessão (cerca de 0,9%), para o patamar mais baixo desde meados de março.
Os catalisadores para o movimento da taxa de câmbio nesta segunda (9) foram de forma geral os mesmos dos últimos dias. Com a inflação batendo recordes em todo o mundo, investidores temem que os bancos centrais das principais economias (sobretudo EUA) precisem subir mais rapidamente os juros.
Com o Banco Central norte-americano na dianteira desse movimento, o dólar poderia ganhar ainda mais força, enquanto taxas mais elevadas de empréstimos teriam potencial de afetar o crédito e prejudicar uma retomada econômica já ameaçada por repetidos surtos de Covid-19 na China, voraz consumidora de matérias-primas e destino primeiro das exportações brasileiras e de outros países emergentes.
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