Dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,938 na venda, em alta de 0,44%
Jose Luis Gonzalez/Reuters-03/03/2023Após quatro sessões consecutivas de baixa, o dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira (17), em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também ganhava terreno, e com os investidores à espera do envio do novo arcabouço fiscal, que reúne regras para as contas públicas, ao Congresso, adiado para terça-feira.
No exterior, em função de dados econômicos positivos recentes, cresceram as apostas de que o Federal Reserve elevará os juros em sua próxima reunião de política monetária. Durante a tarde, o percentual das chances de aumento de 0,25 ponto percentual, implícitas nos contratos futuros de juros nos EUA, já eram de 88%, o que dava força ao dólar ante diversas moedas de países exportadores de commodities.
No Brasil, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,938 na venda, em alta de 0,44%. Apesar do avanço, a moeda norte-americana permaneceu abaixo da linha psicológica dos R$ 5 pela quarta sessão seguida.
Já o Ibovespa teve leve queda nesta segunda-feira, tendo como principais pesos negativos Vale e Eletrobras, e após o governo dizer que só enviará a nova proposta de arcabouço fiscal ao Congresso na terça ou depois.
3R Petroleum também foi destaque negativo, caindo 15,7% após anunciar um inesperado aumento de capital. Petrobras e Weg ajudaram a limitar as perdas.
Em Wall Street, os principais índices fecharam levemente no positivo.
O índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,25%, a 106.015,67 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,8 bilhões.
“Têm vindo números norte-americanos da economia melhores que o esperado. Isso valoriza o dólar lá fora e aqui dentro também”, pontuou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. Segundo ele, o adiamento da apresentação do arcabouço fiscal ao Congresso para terça-feira também ajudou a sustentar o avanço do dólar.
“Acho que ficou para amanhã (terça-feira), mas pode ser amanhã, pode ser depois", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília.
Operador ouvido pela Reuters confirmou o desconforto. Para ele, o adiamento amplia a ansiedade do mercado, ainda que haja uma expectativa otimista sobre a tramitação do arcabouço no Congresso.
Apesar do avanço da moeda norte-americana nesta segunda-feira, profissionais do mercado seguem afirmando que há espaço para o dólar atingir patamares ainda mais baixos no curto prazo, se afastando um pouco mais da linha de R$ 5.
Podem contribuir para isso a própria tramitação do arcabouço e o fato de o Brasil seguir com juros básicos elevados, atualmente em 13,75% ao ano, o que torna o país atrativo para os investidores estrangeiros.
No exterior, o dólar se mantinha em alta ante outras divisas neste fim de tarde.
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