Planilha ajuda a controlar gastos e organizar renda
PixabayA pandemia do novo coronavírus vem afetando, e muito, as finanças do brasileiro. Há uma grande parcela da população que teve redução na renda ou ficou desempregada.
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Apesar de esse cenário, uma pesquisa divulgada pela Deep Center, empresa de cobrança, aponta que o principal motivo que vem levando as pessoas ao endividamento, nesse período de crise, não é o desemprego, mas o descontrole financeiro.
Para 61,98% dos inadimplentes consultados pela empresa, o descontrole financeiro foi o grande vilão do seu orçamento entre março e junho.
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O desemprego, que vem preocupando muita gente, aparece em segundo lugar na pesquisa, com 21,51%.
O levantamento também mostrou um aumento de 17% nas recusas de pagamento de dívidas após o início da quarentena, em março, na comparação à mesma média do período anterior à pandemia.
Alguns fatores, porém, caíram durante a pandemia :
• Aguardo de recursos de terceiros (18%) ;
• Endividamento com terceiros (16,52%); e
• Atraso de salários (4,34%).
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As recusas de pagamento por motivos de doenças se mantiveram estáveis na comparação com o período anterior à pandemia.
Para Gabriel Camargo, CEO da Deep Center, a concessão do auxílio emergencial pelo governo atenua um pouco a situação, mas não é suficiente.
"Analisando os dados, percebemos que duas em cada três pessoas contatadas demonstram boa-fé em pagar suas dívidas, mas não conseguem efetivar de fato”, diz Camargo.
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A pesquisa foi realizada com dados de recuperação de crédito de três grandes instituições financeiras do país.
A análise compreendeu quinze dias antes do início da pandemia e quinze dias depois de decretada, com uma média diária de 883.520 chamadas atendidas nas operações de cobranças.
Para não cair na inadimplência não existe fórmula mágica: é preciso disciplina para organizar as finanças. Colocar gastos e rendimentos numa planilha, manter uma reserva de emergência e eliminar os excessos que estão afentando os seus orçamentos.
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A pedido do R7 Economize, a planejadora financeira Rejane Tamoto e a educadora financeira Teresa Tayra elaboraram algumas dicas para te ajudar nesse processo:
Diminua o número de cartões de crédito. Ter vários cartões de crédito pode passar a falsa ilusão de que gastou pouco, diz Rejane.
O excesso de cartões também pode complicar as anotações dos gastos e acabar desestimulando a pessoa de incluí-los na planilha e, assim, organizar suas finanças.
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“Depois de reduzir os cartões, é importante estabelecer uma meta de gastos mensal com o que manter.”
A mesma regra dos cartões de crédito vale para as contas bancárias.
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Manter uma única conta facilita o controle de todos os gastos, investimentos, além de reduzir os custos com os pacotes de serviços.
Distribua seus gastos em três caixas:
• Eliminar – são os gastos que você viu que dá para cortar do seu orçamento.
“Estou pagando por um serviço que não estou utilizando durante a pandemia, por isso vou cortar”, sugere Rejane.
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• Reduzir – são gastos que podem ser negociados para reduzir custos: assinatura de algum serviço, planos de celular, internet etc.; e
• Fixos – são gastos com casa, alimentação, entre outros, que não dá para diminuir.
Além de se criar um fluxo de caixa, Teresa também recomenda que os valores de todos os gastos mensais sejam separados por categorias.
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Isso facilita a visualização do quanto você tem de gastos essenciais e não essenciais, segundo ela.
Ter os valores prévios dos seus gastos mensais ajudam a dimensionar o padrão de vida que seu bolso permite.
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“O uso do limite de cheque especial ou dos cartões de crédito como extensores de salário são a evidência mais concreta de que o orçamento está mal dimensionado”, orienta Teresa.
Inclua uma categoria de “reserva futura” nos seus gastos.
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“Assim você se compromete a poupar todo mês e evita aquele pensamento muito comum de ‘quando sobrar eu pouparei’. O problema é que agindo dessa forma nunca sobrará”, diz Teresa.