Índice de Confiança do Consumidor atingiu 90,4 pontos
Edu Garcia/R7 - 9.8.2022O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) saltou 5,4 pontos em setembro, para 89 pontos. Trata-se do maior nível desde janeiro de 2020 (90,4 pontos), segundo dados divulgados nesta segunda-feira (26) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
A quarta variação positiva seguida do índice é atribuída à queda nas expectativas de inflação e ao aumento do otimismo em relação ao mercado de trabalho, conforme avaliação de Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia).
"Há um aumento na intenção de consumo, exceto para os consumidores de renda mais baixa, o que reflete ainda dificuldades dessa classe. Além disso, a proximidade das eleições tem um efeito potencializador dessas expectativas", afirma ela.
Viviane, no entanto, avalia que é "necessário ter cautela" com os resultados, considerando uma política monetária ainda restritiva e a possibilidade de desaceleração da atividade econômica, que reduziria a velocidade de recuperação do mercado de trabalho.
De acordo com o ICC, a alta em setembro foi influenciada pela melhora dos indicadores sobre o momento e os próximos meses. O IE (Índice de Expectativas) avançou 7,6 pontos, para 100,2 pontos, o maior desde dezembro de 2019 (100,3 pontos), no período pré-pandemia. Já o ISA (Índice de Situação Atual) subiu 1,6 ponto, para 73,3 pontos, o maior resultado desde março de 2020, embora ainda baixo em termos históricos.
Em relação aos indicadores que medem a satisfação dos consumidores no momento, há uma percepção de melhora da situação econômica, com aumento de 2,5 pontos no indicador para 82,3 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2020 (85,5 pontos). A avaliação da situação financeira da família se alterou pouco: 0,8 ponto, para 64,9 pontos, nível ainda baixo em termos históricos.
Nas expectativas, o quesito que mais contribuiu para a alta no mês foi o que mede o otimismo das famílias em relação à situação financeira nos próximos seis meses, cujo indicador subiu 10,4 pontos, para 100,8 pontos, o maior nível desde janeiro de 2020 (81,7 pontos). O indicador que analisa a situação econômica também avançou pelo quarto mês consecutivo.
Em setembro, subiu 6,1 pontos, para 115,4 pontos, o maior desde julho de 2021 (116,3 pontos). A intenção de compra de bens duráveis se elevou pelo segundo mês consecutivo, dessa vez 5,4 pontos, acumulando alta de 16,7 pontos nos dois últimos meses, o que levou o índice para 84,4 pontos, o melhor resultado desde fevereiro de 2019 (86,6 pontos).