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Mesmo com guerra e lockdowns na China, indústria segue confiante em maio

Eventos tiveram impacto dividido no segmento, em que 13 dos 29 setores mostraram queda do índice. Produtos de borracha tiveram maior baixa

Economia|Camila Nascimento*, do R7

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Setores de biocombustíveis e de manutenção de máquinas registraram a
maior alta na confiança
Setores de biocombustíveis e de manutenção de máquinas registraram a maior alta na confiança

Apesar da guerra na Ucrânia e das rígidas medidas restritivas na China, que causam rupturas nas cadeias de suprimentos e de produção global, a indústria brasileira continuou confiante em maio. Conforme mostram dados do Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) por setor.

A pesquisa é realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e mostra que todos os setores se mantiveram acima dos 50 pontos, número que separa a confiança da falta de confiança.


Mas as incertezas sobre a regularização das cadeias de suprimentos impactaram de forma mais forte alguns setores. Treze das 29 áreas analisadas registraram queda na confiança, enquanto 14 subiram e duas se mantiveram neutras.

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O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que o problema de insumos é generalizado, mas a incerteza e as preocupações são maiores em alguns setores. “Esses resultados divergentes resultam da incerteza trazida pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pelas paralisações da produção na China. O Icei de maio é uma clara demonstração da incerteza nos diferentes setores e regiões”, explica.


Foram consultadas 2.251 empresas, sendo 893 de pequeno porte, 815 de médio porte e 543 de grande porte, entre 2 e 10 de maio.

Setores menos confiantes

O setor com menos confiança é o de produtos de borracha, que registou 50,6 pontos, uma queda de 8,7 pontos. Já produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (52,2 pontos) caíram 6,6 pontos. Ambos os setores tiveram as maiores baixas de confiança.


Produtos têxteis (53 pontos); equipamentos de informática, produtos eletrônicos e outros (53,1 pontos); artefatos de couro (55 pontos) também ficaram entre os setores com menor confiança.

Setores mais confiantes

As maiores altas ocorreram nos setores de biocombustíveis (4,5 pontos) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,4 pontos).


Os setores da indústria mais confiantes são: manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (60,3 pontos); biocombustíveis (60,2 pontos); produtos farmoquímicos e farmacêuticos (60,1 pontos); produtos diversos (59,8 pontos) e extração de minerais não metálicos (59,5 pontos).

Confiança em cada região

As regiões do Brasil também tiveram resultados divergentes. O Centro-Oeste teve, em maio, a maior confiança industrial entre todas (58,9 pontos), seguida pela Norte (58,5 pontos), Nordeste (57,1 pontos), Sul (56,1 pontos) e Sudeste (55,5 pontos).

Já em comparação com abril, a região Norte despencou (60,1 pontos). O Sudeste registrou patamar semelhante (55,8 pontos). O Nordeste continuou com a mesma pontuação atual. Enquanto o Sul (55,5 pontos) e o Centro-Oeste (57,6 pontos) registram aumento.

Em relação ao mesmo período de 2022, Norte (59,8 pontos), Sudeste (56,9 pontos) e Sul (59,8 pontos) tiveram queda de confiança. O patamar se manteve estável no Centro-Oeste (58,9 pontos). Somente a região Nordeste teve alta na confiaça industrial (56,2 pontos).

Médias empresas têm maior confiança

As empresas de médio porte registraram em maio de 2022 um nível de confiança de 57,3 pontos, patamar maior que o do mês passado (57,1 pontos), mas menor que há um ano, quando era de 57,9 pontos.

Pequenas empresas se mantiveram em abril e maio com 56,4 pontos — acima da confiança apurada um ano atrás (56,1 pontos).

Em grandes empresas, a confiança também continuou no mesmo patamar do mês anterior (56,6 pontos). Em maio de 2021, o índice de confiança desse porte era de 58,6 pontos.

* Estagiária do R7, sob supervisão de Ana Vinhas

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