Produção nacional caiu 1,3%, conforme divulgado pelo IBGE na semana passada (2)
José Paulo Lacerda/CNIA produção industrial opera acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, em apenas três dos 15 locais analisados pela PIM Regional (Pesquisa Industrial Mensal), do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (9). O destaque, na passagem de junho para julho ficou, para Minas Gerais (11,8% acima), que desde julho do ano passado é o único local que se mantém. Santa Catarina (3,4%) e Paraná (0,4%), que entrou na lista com o resultado de julho, são os outros dois pólos.
Conforme a pesquisa, houve queda em sete dos 15 locais analisados no período. O principal recuo foi no Amazonas: -14,4%. A retração em São Paulo (-2,9%) foi a segunda maior, mas a primeira em influência no resultado, por conta do peso da indústria paulista na produção nacional.
A produção nacional caiu 1,3%, como divulgado pelo IBGE na semana passada.
Para o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o mês de julho demonstra, em primeiro plano, o retrato da indústria regional que já era visto antes da pandemia.
"Com o avanço da vacinação e uma maior circulação de pessoas, a indústria começa a mostrar sua realidade pré-pandemia, mas com condições que se acentuaram, como o desemprego e a inflação", afirma.
Citando os últimos resultados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua e do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o pesquisador acrescenta que “o resultado da indústria regional reflete o momento econômico demonstrado pelas demais pesquisas do IBGE".
Depois de quatro taxas positivas, a queda no Amazonas em julho (-14,4%) eliminou parte do crescimento de 18,6% acumulado neste período (março-junho).” Dois setores muito influentes no estado tiveram baixo desempenho: o setor de bebidas e o de outros equipamentos de transporte”, explica Almeida.
Principal influência negativa e local com a segunda maior queda absoluta, São Paulo registrou a segunda taxa negativa seguida, acumulando em dois meses uma perda de 3,7%. "Essa queda de julho se refere muito ao setor de veículos, o que mais se destacou negativamente, e como já se sabe, um dos maiores da indústria paulista", diz o pesquisador.
Na comparação com julho do ano passado, cujo crescimento nacional foi de 1,2%, sete dos 15 locais pesquisados apresentaram crescimento na produção. Espírito Santo (9,4%), Minas Gerais (8,6%), Paraná (8,2%) e Santa Catarina (7,8%) tiveram as maiores altas. Rio de Janeiro (2,8%), Rio Grande do Sul (2,4%) e São Paulo (1,3%) completaram o conjunto de locais com crescimento em julho.
Por outro lado, Bahia (-12,2%), Pará (-10,9%) e Região Nordeste (-9,6%) tiveram as quedas mais intensas nesta comparação, seguidos por Pernambuco (-8,6%), Amazonas (-8,1%), Ceará (-3,2%), Mato Grosso (-3,1%) e Goiás (-3,0%).