Programa gratuito pretende capacitar mais de 100 mil empreendedores negros
Renata Ferguson - PexelsPara dar conta da crise econômica causada pela pandemia, a rede de desenvolvimento e networking para empreendedores negros Afrohub chega à sua terceira edição oferecendo um programa gratuito de capacitação para mais de 100 mil donos de negócios pelo Brasil.
Empreendedores de todo o país poderão ter acesso aos conteúdos do Afrohub, de forma gratuita, no site afrohubbrasil.com.br/impulsionecomfacebook e nas redes sociais do programa.
A iniciativa surge em parceria com o Facebook, Pretahub, Feira Preta, Diaspora.Black e Afrobusiness. Serão 20 horas de conteúdo distribuídas ao longo de oito meses com foco em gestão, finanças, vendas e comunicação. O objetivo, segundo os idealizadores Adriana Barbosa, CEO da Afrohub e da Feira Preta, Fernanda Ribeiro, presidente da Afrobusiness e Antonio Pita, da Diaspora. Black, é garantir a capacitação de empreendedores em diversos estados e fortalecer a economia local.
“Antes da pandemia, já pensávamos em desenvolver um hub de conteúdo e conhecimento para alcançar empreendedores de cidades que não têm acesso a novos conhecimentos, técnicas e ferramentas importantes para o desenvolvimento dos negócios. A ideia é proporcionar uma jornada de aprendizagem personalizada, com uma experiência única”, explica Fernanda Ribeiro, fundadora do Afrobusiness.
Além do treinamento de gestão de negócios, a plataforma disponibilizará pesquisas sobre o mercado de consumo da população negra, responsável por movimentar R$ 1,7 trilhão por ano em renda própria. A curadoria do conteúdo será feita pelo Fórum Raça e Mercado, da Fundação Getúlio Vargas. O site também contará com os principais cases de sucesso de empreendedores negros.
No Brasil, maioria dos empreendedores negros começa o próprio negócio "por vocação"
De acordo com o estudo Empreendedorismo Negro no Brasil 2019, liderado pelo PretaHub em parceria com a JP Morgan e Plano CDE, 51% dos empreendedores negros no país começou o próprio negócio por vocação, enquanto 46% empreende por necessidade, justificada pelo desemprego.
Para Adriana Barbosa, CEO da Pretahub e idealizadora da Feira Preta, a iniciativa é mais uma oportunidade para olhar para as especificidades de consumo e empregabilidade da população negra.
"Com a pandemia escancarando desigualdades e a eclosão de protestos do Black Lives Matter, as empresas estão sendo pressionadas a criarem estratégias e com maior disponibilidade para abrir um diálogo. Mas existe um processo para isso acontecer", aponta Adriana. "Estamos em um momento não só de ter negros dentro das empresas, mas em toda a cadeira de valor."