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Funcionários da USP mantêm biblioteca fechada alegando contaminação de livros 

O acervo em questão foi acolhido em 2009 e conta com cerca de 9.200 volumes

Educação|Do R7

Segundo a direção da faculdade, a coleção especial foi higienizada mais uma vez no final de 2013
Segundo a direção da faculdade, a coleção especial foi higienizada mais uma vez no final de 2013 Segundo a direção da faculdade, a coleção especial foi higienizada mais uma vez no final de 2013

Nesta primeira semana de aulas, os alunos da USP (Universidade de São Paulo) encontram fechada uma das maiores bibliotecas da Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista. Os funcionários da Biblioteca Florestan Fernandes, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, mantêm hoje (25) a paralisação iniciada nesta segunda-feira (23) por conta de suposta contaminação de parte do acervo. Uma reunião de negociação entre representantes do Sintusp (Sindicato dos Funcionários da USP) e a direção da unidade está marcada para hoje às 14h30.

Segundo o Sintusp, a interrupção dos trabalhos segue por tempo indeterminado, até que o acervo supostamente contaminado seja retirado pela direção da faculdade.

Por meio de nota, os funcionários afirmam que “há quase um ano, sabe-se que um acervo doado à Biblioteca Florestan Fernandes, ligada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, está contaminado por DDT, DDD e DDE, compostos utilizados na fabricação de inseticidas e de uso atualmente proibido”.

O acervo em questão faz parte da Coleção João Cruz Costa, acolhida em 2009, e conta com cerca de 9.200 volumes.

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Contaminação?

Os funcionários afirmam que ao manipular parte do acervo, no início de 2014, tiveram dor de cabeça, dores no corpo, náusea e ânsia, sangramento do nariz, tosse, dor de garganta, dificuldade respiratória, vermelhidão na pele, coceira e inchaço dos olhos e do rosto.

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Segundo nota da direção da faculdade, “essa coleção especial foi higienizada (mais do que simplesmente limpa) mais uma vez, no final de 2013”.

O texto diz ainda que um laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) identificou que um pó branco encontrado em parte da coleção continha DDT e seus derivados DDD e DDE. Porém, conclui que não há como garantir que isso aponte a existência de uma contaminação.

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“Não há, ao menos até o momento, como saber se esses agentes químicos estão ativos e quais danos teriam de fato impactado a saúde de funcionários que manusearam ou estiveram perto daqueles que manusearam volumes da coleção [...] Não temos, igualmente, até o momento como avaliar a extensão desses agentes químicos em toda a coleção, razão pela qual o termo, corrente nos documentos sindicais, de ‘contaminação do acervo’ não pode ainda ser cientificamente confirmado”, diz treco da nota.

Para o Sintusp, o "comunicado da direção enfatiza que nenhum dos pareceres técnicos que ela mesma apresenta recomenda a retirada dos livros da biblioteca, mas nenhum deles afirma, também, que o ambiente está seguro".

— Ao contrário, deixam clara a dúvida ao recomendar uma série de medidas para avaliar esse risco.

Em nota divulgada ontem (24), a direção diz que uma equipe de engenharia da Superintendência de Saúde da USP esteve na Biblioteca Florestan Fernandes para nova análise ambiental no início desta semana.

Até amanhã (26), a direção se compromete a encaminhar médicos (dentro das possibilidades do sigilo médico) e técnicos de verificação ambiental à biblioteca.

A intenção é que os especialistas ajudem na elaboração de “um relatório que poderá subsidiar a FFLCH sobre decisões a serem tomadas sobre o tema”.

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