Projeto auxilia negros a prestarem o Enem
Divulgação/Pretos no EnemGrupo de voluntários "Pretos no Enem" auxilia jovens estudantes negros a participarem do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pagando a taxa de inscrição para quem não conseguiu isenção.
Por meio das redes sociais como o Twitter e o Instagram, os estudantes são conectados a pessoas dispostas a pagar a taxa de R$ 85, como uma forma de apadrinhamento.
Esses "padrinhos" devem preencher um formulário de inscrição através de um link, para depois serem colocados em contato com o aluno, que envia o boleto a ser pago.
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Os jovens que buscam o benefício devem entrar pelo link, presente nas redes do projeto, e preencherem o mesmo formulário, para que os organizadores entrem em contato.
O projeto não mexe com o dinheiro, mas faz a mediação entre o padrinho e o beneficiado, checando se o boleto foi gerado pelo Inep, para evitar fraudes. O prazo para o pagamento da inscrição para o Enem 2020 se encerra nesta quarta-feira (10).
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A publicitária Lyara Vidal deu os primeiros passos para a realização do projeto
Acervo pessoalO projeto teve início através do Twitter. Uma de suas idealizadoras, Lyara Vidal, universitária cearense de 24 anos de idade, se manifestou em sua rede anunciando que poderia fazer o pagamento da taxa para alunos negros que não conseguiram a isenção e não poderiam pagar para fazer o exame.
"Postei na minha conta do Twitter sem nenhuma pretensão de criar esse projeto, mas queria muito ajudar alguém. No nosso país, nem todo mundo consegue pagar essa taxa tão cara", explica a universitária.
O post criou uma corrente de diversas pessoas que se prontificaram a fazer o mesmo que Lyara. "Meu amigo Luan Alencar sugeriu de ajudarmos o pessoal através de uma vaquinha, mas acabou virando mais do que isso", conta. "Hoje somos 74 voluntários, que verificam os boletos, fazem o contato com os alunos e padrinhos, e mais de 300 alunos alcançados", conta.
Sobre planos futuros para o projeto, Lyara comenta: "Nosso trabalho rendeu frutos muito bonitos. Individualmente falando, eu gostaria de continuar, mas o ideal mesmo seria que não precisássemos e que essa taxa fosse extinta".
*Estagiário sob supervisão de Karla Dunder