Permanecer no mesmo emprego a vida toda e aposentar-se como especialista em um único segmento da economia já foi sinônimo de sucesso no âmbito profissional. O mercado, no entanto, evolui a passos largos e exige cada vez mais polivalência nas habilidades e diversificação no conhecimento. O recado é simples: quem não se atualiza tem grandes chances de ficar de fora das constantes e cada vez mais aceleradas transformações econômicas.
A vontade de mudar é uma característica natural do ser humano. Embora a rotina promova a sensação de conforto e segurança, um profissional que deseje alcançar níveis mais altos na carreira jamais deve se acomodar. Nem sempre isso significa uma guinada radical, mas há casos em que recalcular a rota torna-se inevitável.
De acordo com Juliana Capello, especialista de aquisição de talentos, a vontade de mudar pode acontecer “por questões de desemprego, para aproveitar o dinheiro de uma rescisão e investir numa carreira liberal, ou porque a pessoa decidiu apostar em seu desenvolvimento”.
Insatisfação pessoal, mercado em crise, cansaço físico ou mental, inadequação, entre outros motivos, também podem levar a um desejo de migrar para novos territórios. Mas como fazer isso sem deixar para trás tudo o que foi conquistado até o momento? A preocupação é válida e a boa notícia é que há como realizar a transição de carreira sem angústia nem sofrimento.
Medo do desconhecido
“O receio de sair de um segmento correndo o risco de não se identificar em outro é natural”, diz Juliana. “Há quem faça fisioterapia, mas se identifique com vendas. Quando observo isso, indico que o candidato busque algo na área de gestão de negócios, marketing, que se familiarize com jargões da área-alvo em que vai atuar e que troque experiências com colegas de curso. Isso ajuda a amadurecer sua busca pela carreira”, acredita.
Basta planejamento, autoanálise e disposição para aprender novas habilidades ou aprofundar seus conhecimentos técnicos. Diante desse cenário, cursar uma pós-graduação pode ser o diferencial para garantir o sucesso na sua nova etapa profissional. “Investir em uma pós-graduação é uma boa forma de adquirir o conhecimento necessário para encarar um novo desafio na sua carreira, pois certamente te dará a chance de experimentar novas habilidades que farão parte do seu dia-a-dia”, afirma a consultora de carreira internacional e especialista em recrutamento Cibelly Zedan.
Com expertise na orientação de candidatos para o mercado canadense, ela explica que “para uma carreira internacional, ter um curso acadêmico no currículo, na área que quer atuar, pode trazer um diferencial na hora de conseguir uma oferta de trabalho”.
Atualize-se para fazer a diferença
Em tempos de alta competitividade e abundância de candidatos com curso superior completo, ter uma especialização no currículo é mais do que recomendado. Chega a ser mandatório para quem realmente quer se destacar frente aos concorrentes.
Quando se fala em transição, os motivos para investir em um curso lato sensu de uma instituição reconhecida se multiplicam. E, de acordo com a consultora Cibelly, não pode ter medo de desafios. O maior deles? “Recomeçar! Mesmo tendo uma boa bagagem de carreira, transição significa aprender ou reaprender, então, é muito importante que o profissional esteja preparado para essa nova fase”.
Apresentar-se como pós-graduado assegura vantagens nos processos seletivos, seja para uma mudança de cargo na própria empresa em que trabalha ou no desbravamento de novos mercados. Também faz a diferença na progressão salarial. Quem investe mais na própria capacitação técnica tende a ganhar maior reconhecimento e isso inclui o âmbito financeiro.
“A questão é entender qual o seu mercado e buscar soluções de atuação”
Uma das grandes questões é quanto à escolha do caminho a ser percorrido. Afinal, um engenheiro civil pode fazer pós em Comunicação? A resposta é sim. Um curso lato sensu é uma especialização em sentido amplo, como a própria expressão em latim diz. Isso significa que um graduado em qualquer área do conhecimento pode optar por seguir seus estudos em diferentes tópicos.
Outra vantagem é que a duração dos cursos é menor do que uma graduação, em geral de 18 a 24 meses. Um atalho para quem acha que a idade pode ser um incômodo no retorno à sala de aula. “No Brasil, muitas empresas levam a sério uma ‘idade limite’, mas isso não significa que quem decide recomeçar, mesmo com idade mais avançada, não possa ter sucesso. A questão é entender qual o seu mercado e buscar soluções de atuação. Seja como funcionário de uma grande empresa, em uma startup ou como consultor”, observa a consultora.
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Mergulhar em um universo novo, porém, requer uma dose de autocrítica. Procure sempre avaliar suas opções, afinal, o leque de cursos de pós-graduação disponíveis é enorme. É importante buscar e entender as razões que levaram à vontade de mudar de setor. “Pesquise sobre o mercado e tendências da área, saiba a visão e a estrutura organizacional das empresas que possuem esse tipo de posição e se conecte com pessoas da área em que deseja atuar, ou mesmo que já passaram por uma transição parecida”, orienta Cibelly.
Problemas existem em todos os segmentos e vale lembrar que departamentos são formados por pessoas. Feita essa análise, é só definir suas novas metas e escolher a especialização que mais combina com seus objetivos. Dessa forma, sua transição de carreira terá mais chances de sucesso e de promover impactos positivos em todos os aspectos de sua vida.
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