DF: Rollemberg aposta em bilhete único contra promessa de ônibus a R$ 1 do concorrente
O coordenador de campanha do candidato, Hélio Doyle, garante que programa continua igual
Distrito Federal|Myrcia Hessen, do R7

O candidato ao governo do DF Rodrigo Rollemberg (PSB) tem usado a tarifa única, ou bilhete único, proposta que consta em seu plano de governo desde o início de sua campanha, para rebater a tarifa de R$ 1 do candidato Jofran Frejat (PR).
A tarifa de R$ 1 é apontada como uma das causas da queda de Rollemberg nas últimas pesquisas.
No debate promovido pela TV Record Brasília, transmitido também pelo portal R7 DF, Rollemberg afirmou que o bilhete único pode ser mais vantajoso que a proposta de R$ 1 apresentada por Frejat, já que a pessoa que trabalha longe de casa e precisa, por exemplo, pegar três ônibus, pagará apenas uma passagem e o valor total ficaria semelhante ou abaixo de várias tarifas de R$ 1 somadas para percorrer um longo trecho.
— Uma senhora que mora no Sol Nascente e trabalha na Asa Norte, por exemplo. Ela pega o micro-ônibus e vai até o metrô. Do metrô, ela vai até a Rodoviária e da Rodoviária pega um circular para a Asa Norte. Com um bilhete só, ela vai pagar muito menos. Isso foi planejado. Vai ser muito melhor, como tem sido em outros lugares do Brasil.
Para o coordenador de campanha de Rollemberg (PSB), Hélio Doyle, o candidato não vai alterar seu plano de governo por conta do que considerou pequena queda nas pesquisas. Segundo ele, a proposta de apresentada por Frejat é “eleitoreira” e considerada inviável por todos os especialistas ouvidos pelo PSB.
Segundo Hélio Doyle, fazer promessa semelhante a do Frejat não seria coerente com o discurso do candidato.
— Temos que inovar na campanha, com novos métodos de fazer política. Essas propostas eleitoreiras não fazem parte da nossa campanha. Se fizéssemos isso, desmentiríamos nosso próprio discurso. Vamos continuar com as mesmas propostas.
O coordenador de campanha do candidato disse ainda que Frejat deu um “golpe de marketing” ao registrar a promessa em cartório e questiona: “O que acontece se ele não cumprir?”. Segundo Doyle, o ex-governador Joaquim Roriz (PRTB) também registrava suas promessas em cartório, não cumpria e nada acontecia a ele.
— Nós já consultamos especialistas, ele [Frejat] vai ter que tirar dinheiro de alguma coisa para viabilizar essa tarifa [de R$1]. Além disso, se você estabelece tarifa de R$ 1 a demanda pelo transporte público aumenta, como vai colocar mais ônibus de um dia para o outro? Com ônibus lotado, as pessoas que têm carro continuam usando. Esse plano não desestimula o uso do carro para evitar que a cidade pare em 2020. Wesliam e Roriz também disseram que ninguém mais pagaria multa de trânsito. Então, é uma tradição desse grupo, quando ganha não executa [o que promete].
O coordenador não acredita que a queda de Rollemberg possa ser atrelada unicamente à tarifa de R$ 1.
— Nada acontece por um único fator, o Frejat teve uma subida [nas pesquisas] e o Rodrigo uma descida pequena, dentro da margem de erro. Mas, pelas nossas pesquisas [internas] a queda não foi por conta da promessa da tarifa [de R$ 1] nos ônibus. Isso teve influência pequena só no eleitorado D e E, que geralmente tem grau de instrução inicial, mas ainda assim pegou com pouca força porque é levada com descrédito.
Para Hélio Doyle, a queda de Rollemberg se deve, na verdade, a forte “pancadaria” do Frejat em seu tempo de TV, que no segundo turno foi usado somente para descontruir a imagem de Rodrigo Rollemberg e vinculá-lo ao ex-governador do DF Agnelo Queiroz (PT).
— Isso foi um fator que influenciou em todas as classes, de E até A. Começou-se uma desconfiança de que ele seria uma continuidade [do governo Agnelo]. É um conjunto de coisas, mas esse fato pegou.
Desta forma, a campanha de Rodrigo Rollemberg está focada em mostrar que o candidato não tem vínculos com Agnelo e que, inclusive, atacava mais o petista que os demais candidatos no primeiro turno das eleições.
— [Rodrigo Rollemberg] mostrou que o partido de Frejat esteve no governo Agnelo até este ano. Mas, até você reconstruir a imagem pode levar um tempo. Agora, essa queda está dentro da margem do razoável, não é nada que assuste, que apavore.
O candidato Jofran Frejat (PR) foi procurado pelo R7 DF para falar sobre sua promessa de ônibus a R$ 1, mas não obtivemos retorno até a publicação desta matéria.
Assista ao primeiro do debate entre os candidatos ao governo do DF:
Assista ao segundo bloco do debate:
Assista ao terceiro bloco do debate:
