"Vou ser um candidato competitivo", promete o presidente do PRTB
Alexandra MartinsCandidato à Presidência em 2010, o presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, somou apenas 57.960 votos (0,06% do total) naquele ano, engrossando a lista de candidatos nanicos, que, somados, não costumam ultrapassar nem 5% do total de votos válidos. Pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2014, Fidelix aposta nas costuras regionais para ampliar a expressão nacional do PRTB a partir do próximo ano.
— E se eu for a surpresa? De repente, um fenômeno. O povo está esgotado. Não confia nessa briga com [o senador e presidente nacional do PSDB] Aécio Neves. O Eduardo [Campos, governador de Pernambuco] vem com esse negócio de sustentabilidade da Marina [Silva, ex-senadora]. O povo brasileiro não vai querer essa linguagem monotemática.
Enquanto articula candidaturas em 12 Estados, o presidente do PRTB aposta também nas redes sociais para superar o pouco mais de um minuto de exposição da legenda na propaganda eleitoral gratuita de tevê.
— Como não temos espaço disponível nas grandes mídias, nossa estratégia se foca naturalmente na internet. Fizemos a primeira tevê [virtual] de um partido político. Já venho treinando para entender a linguagem do internauta. Sou eu o profissional, o jornalista e o candidato, o que facilita muito. Quando entro no Twitter, todo mundo vem [conversar]. Fico respondendo de madrugada, às vezes, a 200 pessoas, até sobre a pintura do meu bigode.
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Plataforma
Fidelix pretende focar sua campanha em temas dos quais trata há anos em suas muitas candidaturas, mas, agora, num posicionamento de centro-direita mais bem definido. Ele diz querer ocupar um nicho vago desde as candidaturas de Enéas Carneiro, parecido “ao que o PFL era, mas sem os exageros”.
Famoso pela proposta do “aerotrem” — que ele acusa o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de ter copiado —, Fidelix desdenha das últimas pesquisas Datafolha e Ibope, que não envolvem seu nas pesquisas de intenção de voto para 2014, e pretende insistir no tema da mobilidade urbana.
— Falo há 15 anos de mobilidade urbana. Tenho dado propostas ao Brasil. Dilma está tocando meu projeto de desonerar a cesta básica. Não vou combater e atacar o Bolsa Família, mas requerer que [o programa] se qualifique. Tem de dar contrapartida. Também acho que temos de inverter essa ótica perversa que vem ditando a regra do desenvolvimento do Brasil. Sou pelo apoio à agricultura, ao comércio e à indústria. Vou ser um candidato competitivo.