Bruno Covas em discurso no diretório do PSDB
ReproduçãoO prefeito reeleito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) discursou pela primeira vez após a definição do resultado do 2º turno das Eleições Municipais 2020. Após a apuração, Covas se dirigiu ao diretório do PSDB, onde falou em união, diálogo e disse que governará para todos os moradores da capital paulista.
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"Nós vamos governar para todos. A partir de amanhã não existe distrito azul e distrito vermelho, existe a cidade de São Paulo", afirmou o prefeito reeleito. "São Paulo é para todos, esse foi o nosso lema de campanha e esse é o nosso lema de governar."
O prefeito lembrou seu avô Mário Covas, que foi governador do estado. "São Paulo não quer divisões. São Paulo não quer o confronto. Meu avô dizia que era possível conciliar política e ética, política e honra, politica e mudança. Eu acrescento: é possivel fazer política sem ódio, é possivel fazer política falando a verdade", declarou.
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Covas disse que este é um momento de união e diálogo e pretende transformar "diferenças em consensos" para se trabalhar a favor da cidade. "O rumo está dado. Temos que combater as desigualdades, o coronavírus, temos que investir em saúde, educação e fazer da nossa gestão um mantra de empregos e oportunidades, em especial, aos jovens de periferia que sofrem ainda mais as consequências dessa crise social."
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O prefeito agradeceu a confiança de todos aqueles que acreditaram nas propostas dele e também a Guilherme Boulos (PSOL). "Fizemos um bom combate", afirmou, reforçando que também governará para quem votou no adversário. Um agradecimento especial foi dedicado ao vice-prefeito eleito, Ricardo Nunes (MDB), alvo de ataques principalmente na reta final do processo eleitoral.
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Na sequência, ao responder perguntas de jornalistas, Covas avaliou os resultados das eleições municipais deste ano. Na visão do prefeito, quem saiu vencendo em 2020 foi a política de centro. "Não tenha a menor dúvida de que, se o grande derrotado de 2018 foi o centro, o grande derrotado de 2020 foi o radicalismo", afirmou. "A cidade de São Paulo rejeitou o radicalismo, apostou na união."
Antes do prefeito reeleito, o governador João Doria se pronunciou.“Venceu com luta, garra, força e fé”, afirmou Doria. O governador fez uma brincadeira dizendo que o filho de Covas, Tomás, será parlamentar, e lembrou o avô do prefeito, Mário Covas. Também afirmou que, como seu sucessor, Covas manteve os compromissos assumidos na eleição municipal de 2016.
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“Quero destacar os valores da democracia, o valor de uma campanha bem feita e bem conduzida, vencendo a discriminação de uma doença de alguém que está vencendo sua doença”, declarou Doria. “Bruno construiu sua vitória com seu programa de governo. Vamos continuar acreditando nessa política para o resto do Brasil. Foi a vitória do equilíbrio, do foco de gestão. Ele foi brilhante, guerreiro, sério e dedicado e recebe como prêmio a vitória em São Paulo.”
O governador falou ainda da importância de salvar vidas durante o combate à pandemia do novo coronavírus, destacou que, no estado, trabalharam para “proteger vidas e pessoas” até a chegada da vacina. “O PSDB não separa, não agride, o PSDB soma. Nosso compromisso, meu e do Bruno, é a prioridade para a saúde. Não há nenhum foco em nova eleição. A prioridade é salvar vidas em São Paulo.”
Bruno Covas nasceu em Santos, no litoral paulista, tem 40 anos, é divorciado e pai de Tomás, de 15 anos. Neto do ex-governador de São Paulo Mário Covas, o candidato à reeleição nas eleições 2020 pertence a uma família que está na política há décadas.
Economista formado pela PUC e advogado pela USP, Covas já foi também deputado estadual e federal, secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo (2011-2014) e presidente da Juventude do PSDB.
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Desde outubro de 2019, Bruno Covas luta contra o câncer na cárdia, transição entre estômago e esôfago, com metástase no fígado. Ele já fez oito sessões de quimioterapia e agora dá continuidade ao tratamento por meio de imunoterapia.
Covas foi eleito vice-prefeito em 2016 na chapa de João Doria. Ele assumiu a prefeitura em 2018, quando Doria decidiu disputar o governo do estado.
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Com a vitrine do combate à pandemia, Covas contou com o apoio do governador, mas manteve o aliado (com rejeição significativa na capital) sob discrição desde a pré-campanha. Ele recebeu apoio de candidatos derrotados no primeiro turno, como Celso Russomanno (Republicanos) e Joice Hasselmann (PT).