África pode se dividir e abrir oceano inédito, afirma estudo
Pulsos do manto terrestre indicam início de nova bacia oceânica
Fala Ciência|Do R7

A crosta terrestre no leste da África está passando por transformações dramáticas que podem, em milhões de anos, resultar na formação de um novo oceano. Pesquisas recentes publicadas na Nature Geoscience revelam que pulsos rítmicos de rocha derretida do manto terrestre estão ascendendo sob a região de Afar, na Etiópia, enfraquecendo lentamente a crosta continental e indicando o início de uma ruptura que divide o continente.
O fenômeno ocorre em uma das áreas geologicamente mais instáveis do planeta, onde se encontram três grandes falhas tectônicas: o Rifte do Mar Vermelho, o Rifte do Golfo de Áden e o Grande Rifte Etíope. A junção tripla cria condições ideais para a fragmentação continental, um processo natural que forma novas bacias oceânicas ao longo de milhões de anos.
Principais descobertas do estudo:
O mecanismo por trás da divisão continental

O manto terrestre não é uniforme nem estático. Seus pulsos carregam assinaturas químicas distintas e são canalizados pelas placas em riftes, interagindo diretamente com a crosta acima. Esse movimento gera vulcões e terremotos regulares, que funcionam como sinais visíveis de um processo profundo e contínuo. Além disso, a dinâmica dessas correntes de magma influencia a distribuição de atividade vulcânica em áreas onde a crosta é mais fina, moldando o relevo e a geologia da superfície.
Implicações geológicas e futuras pesquisas
A fragmentação do continente africano oferece uma oportunidade única para estudar:
Estudos interdisciplinares envolvendo geofísica, vulcanologia e geologia química são essenciais para compreender o processo completo, permitindo prever como a crosta terrestre se comportará ao longo de milhões de anos e como a nova bacia oceânica poderá se formar.
Em resumo, a África está lentamente se partindo devido a pulsos rítmicos do manto terrestre, e esse fenômeno natural poderá dar origem a um oceano inédito, alterando a geografia e o futuro do continente.
