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Árvores de abeto armazenam ouro microscópico e indicam depósitos abaixo da superfície

Nanopartículas de ouro nas agulhas podem guiar a prospecção mineral

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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Abetos armazenam ouro microscópico nas agulhas como indicadores naturais (Crédito: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

O que parecia apenas decoração natalina revelou-se um fenômeno científico surpreendente: algumas árvores de abeto contêm nanopartículas de ouro em suas agulhas. Pesquisas recentes demonstraram que essas partículas microscópicas são concentradas com a ajuda de bactérias endófitas, microrganismos simbióticos que vivem dentro das plantas e desempenham funções essenciais, como a absorção de nutrientes e a produção de hormônios. Esse processo de biomineralização transforma as árvores em indicadores naturais de depósitos de ouro abaixo da superfície.

Estudos em abetos da Finlândia, perto da mina de Kittilä, a maior produtora de ouro da Europa, mostraram que apenas algumas árvores armazenavam o mineral. As agulhas foram analisadas e revelaram pequenas nanopartículas cercadas por biofilmes bacterianos, estruturas compostas por açúcares complexos e proteínas que permitem a persistência dos microrganismos nos tecidos vegetais.


Veja como o ouro é concentrado pelas árvores:

  • Bactérias endófitas segregam partículas de ouro solúvel do solo;
  • Árvores absorvem o mineral através das raízes e o transportam para as agulhas;
  • Biofilmes bacterianos isolam e protegem as nanopartículas dentro das folhas;
  • Diversidade microbiana diminui nas agulhas que contêm ouro.


Bactérias endófitas ajudam árvores a concentrar nanopartículas de ouro (Crédito: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

Essa interação entre plantas e microrganismos evidencia que as árvores não apenas absorvem nutrientes, mas podem servir como detetores naturais de minerais valiosos. Embora a quantidade de ouro seja microscópica, impossível de ser explorada comercialmente a partir das agulhas, a presença do metal fornece pistas importantes para geólogos e mineradores.

Plantas e bactérias endófitas como aliadas para a busca de depósitos de ouro


O estudo sugere que a triagem de plantas e suas bactérias endófitas pode tornar a exploração de ouro mais eficiente, identificando áreas com maior probabilidade de conter depósitos significativos abaixo da superfície. Este método poderia reduzir custos e impactos ambientais em comparação com técnicas tradicionais de mineração.

O papel das nanopartículas


Além de indicarem a presença de ouro, as nanopartículas são interessantes para pesquisas em materiais e biotecnologia, uma vez que sua formação controlada por microrganismos abre caminhos para estudos de biomineralização e síntese sustentável de metais.

As descobertas foram publicadas no periódico Environmental Microbiome, destacando como interações entre plantas e microrganismos podem revelar segredos valiosos sobre a geologia local e potencialmente guiar a próxima geração de técnicas de prospecção.

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