Experimento inédito na Amazônia mostra como floresta pode reagir ao CO2
AmazonFACE bombeia CO2 para simular mudanças climáticas e estudar adaptação da Amazônia
Fala Ciência|Do R7

A Amazônia, maior floresta tropical do planeta, tornou-se palco de um experimento inédito que promete revelar como o bioma pode reagir às mudanças climáticas. No coração da floresta, próximo a Manaus, pesquisadores implementaram o AmazonFACE (Free-Air CO2 Enrichment), uma espécie de “máquina do tempo” capaz de simular a atmosfera futura, bombardeando o dossel das árvores com níveis projetados de dióxido de carbono (CO2).
O objetivo é compreender a capacidade da floresta de se adaptar a uma atmosfera em transformação, fornecendo dados cruciais para políticas ambientais, especialmente durante a COP30, a conferência climática da ONU em Belém.
Principais pontos do projeto:
Como o AmazonFACE funciona

A inovação do AmazonFACE está na sua capacidade de criar microclimas artificiais sem interromper o ambiente natural. Cada anel, sustentado por torres de aço, libera CO2 em concentrações projetadas para 2050 ou 2060, permitindo observar a reação das árvores gigantes e da vegetação circundante.
Diferenciais do projeto:
Esses experimentos oferecem uma oportunidade única de entender os limites de resiliência da floresta, bem como as alterações no balanço de gases que afetam diretamente o clima regional e global.
Veja mais:
Impactos para ciência e políticas ambientais

A Amazônia desempenha papel crucial na regulação climática mundial, e sua preservação é estratégica para conter os efeitos do aquecimento global. Com o AmazonFACE, cientistas poderão:
Além disso, o projeto conecta ciência de ponta à tomada de decisão global, contribuindo para estratégias discutidas em conferências climáticas internacionais.
A Amazônia como referência global
Enquanto experiências semelhantes já ocorrem em florestas temperadas, o AmazonFACE é pioneiro nos trópicos, oferecendo insights sobre como grandes ecossistemas respondem ao aumento de CO2. A capacidade de simular e monitorar o futuro climático em escala real transforma a floresta em um laboratório vivo, essencial para entender os impactos das mudanças atmosféricas nas próximas décadas.
