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Mamografia em mulheres acima de 80 anos ainda ajuda no diagnóstico precoce

Rastreamento ajuda a detectar câncer cedo e facilitar o tratamento

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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Mamografia em idosas aumenta chances de detecção precoce. (Foto: Science Photo Library / Canva Pro) Fala Ciência

O avanço da medicina preventiva tem permitido que mulheres vivam mais e com maior qualidade de vida, o que levanta a questão: até que idade a mamografia continua sendo útil? 

Tradicionalmente recomendada entre os 50 e 70 anos, uma nova pesquisa indica que mulheres com mais de 80 anos podem se beneficiar significativamente do rastreamento, desde que estejam em bom estado de saúde e tenham expectativa de vida prolongada.


Vantagens do rastreamento tardio

Mulheres saudáveis acima de 80 podem se beneficiar do exame. (Foto: Oksana Krasiuk / Canva Pro) Fala Ciência

Um estudo recente publicado no Annals of Surgical Oncology analisou 174 mulheres com mais de 80 anos diagnosticadas com câncer de mama entre 2013 e 2020. As mulheres participantes do estudo foram divididas em dois grupos: aquelas que realizaram mamografia nos últimos dois anos e aquelas que não realizaram. Os resultados mostraram:


Tumores menores e menos agressivos entre as mulheres rastreadas
Tratamentos menos invasivos, com menor necessidade de quimioterapia, radioterapia ou biópsia de linfonodo
55% menos risco de recorrência do câncer
Redução de 74% no risco de morte

Esses dados reforçam que a detecção precoce tem impacto direto na sobrevida e na qualidade de vida, permitindo intervenções mais seguras e menos traumáticas.


Avaliação individualizada do rastreamento

Mesmo com os benefícios, o rastreamento após os 70 anos deve ser avaliado caso a caso. Fatores determinantes incluem:


• Condição geral de saúde da paciente
• Expectativa de vida estimada
• Presença de comorbidades ou fragilidade física

Mulheres saudáveis, com expectativa de vida superior a 7-10 anos, podem se beneficiar claramente da mamografia. Por outro lado, pacientes fragilizadas ou com doenças graves podem ser expostas a procedimentos desnecessários, que oferecem mais riscos do que vantagens.

O estudo evidencia que a idade sozinha não deve ser critério único para interromper o rastreamento mamográfico. Com a população envelhecendo e vivendo mais, é fundamental considerar saúde geral, autonomia e bem-estar para orientar decisões médicas. Atualizar as diretrizes de rastreamento é essencial para que reflitam esta nova realidade e otimizem o cuidado preventivo para mulheres idosas.

A mamografia pode continuar sendo uma ferramenta eficaz em mulheres acima de 80 anos, promovendo diagnóstico precoce, redução da agressividade do câncer e tratamentos mais suaves. A decisão deve sempre considerar a saúde global e qualidade de vida da paciente, reforçando que limites de idade rígidos não devem impedir cuidados preventivos valiosos.

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