Primeiras rochas de plástico do Brasil encontradas ameaçam ecossistema marinho local
Descoberta na Ilha da Trindade mostra impacto humano sobre o ambiente costeiro
Fala Ciência|Do R7

Pela primeira vez no Brasil, rochas formadas a partir de plástico foram registradas na Ilha da Trindade, no Espírito Santo. O achado evidencia que a poluição plástica vai além da fauna e da paisagem: ela também está interferindo em processos geológicos, criando formações híbridas que se incorporam ao sedimento natural das praias.
A pesquisa, conduzida pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e publicada na Science Direct, mostra como a ação humana pode modificar ecossistemas aparentemente isolados.
Formação das rochas híbridas

As rochas de plástico surgem quando resíduos plásticos se fundem com sedimentos naturais, como areia, fragmentos de rochas vulcânicas, cascalho e restos de organismos marinhos. Esse fenômeno ocorre em três etapas:
O resultado são formações sólidas semelhantes a rochas convencionais, que passam a participar da dinâmica natural da praia, mas são produto direto da atividade humana.
Consequências ambientais
As rochas híbridas foram encontradas próximas a áreas de reprodução de tartarugas-verdes (Chelonia mydas), levantando preocupações sobre impactos na fauna marinha. Entre os principais riscos estão:
Embora registros semelhantes existam em Havaí, Japão, Inglaterra, Itália, Portugal e Peru, o Brasil se destaca pela quantidade de rochas plásticas detectadas, mostrando que o plástico está se espalhando de forma significativa.
O achado reforça a urgência de monitoramento ambiental contínuo e estudos sobre o impacto do plástico em ecossistemas marinhos e geológicos. As rochas híbridas representam uma nova fonte de microplásticos, aumentando a complexidade dos efeitos da poluição sobre biodiversidade, solos e ciclos naturais.
