Proteínas no sangue revelam danos cerebrais anos antes da esclerose múltipla
Novos caminhos para prevenir a EM antes dos sintomas
Fala Ciência|Do R7

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que, silenciosamente, começa a danificar o cérebro muito antes de qualquer sintoma clínico. Pesquisas recentes da Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF) revelam um cronograma detalhado do ataque inicial ao sistema nervoso, abrindo caminho para diagnósticos precoces e futuras estratégias de prevenção.
O ataque silencioso da EM

Durante anos, os cientistas não tinham clareza sobre quando o dano cerebral começava nem quais células eram afetadas primeiro. Agora, análises de milhares de proteínas no sangue mostraram que o sistema imunológico ataca primeiro a bainha de mielina, a camada protetora das fibras nervosas.
Este ataque inicial é seguido, cerca de um ano depois, por danos nas fibras nervosas, indicando que a doença progride mesmo antes de sinais clínicos surgirem.
Marcadores precoces identificados
O estudo analisou amostras de sangue de 134 pessoas, coletadas anos antes do diagnóstico de EM, utilizando o Repositório de Soros de Defesa dos EUA, que guarda amostras de candidatos militares. Os principais achados incluem:
No total, cerca de 50 proteínas foram identificadas como potenciais indicadores precoces da doença, com 21 delas sendo avaliadas para um possível exame de sangue preditivo.
Implicações para diagnóstico e prevenção
A descoberta dessas proteínas abre possibilidades inéditas:
Este avanço científico foi publicado na revista Nature Medicine e envolveu pesquisadores renomados como Ahmed Abdelhaq, Ari Green e Stephen L. Hauser, entre outros membros da equipe UCSF.
O futuro da pesquisa em EM
Com o desenvolvimento de exames de sangue baseados nesses marcadores, médicos poderão identificar pessoas em risco e adotar estratégias para reduzir danos cerebrais futuros. Além disso, o estudo reforça a importância de investigações proteômicas e imunológicas para entender doenças neurodegenerativas silenciosas.
O trabalho marca um passo decisivo na luta contra a EM, oferecendo esperança de diagnósticos mais rápidos, tratamentos mais eficazes e, eventualmente, a possibilidade de prevenção.
