Resumindo a Notícia
- Um filhote nasceu em um tanque ocupado só por fêmeas de tubarão há 10 anos
- Cientistas estão intrigados e coletaram DNA das fêmeas do tanque
- Suspeita é que animal seja fruto de partenogénese, quando nasce um clone direto da mãe
- Técnica de reprodução é comum entre insetos, mas ocorre em alguns peixes também
Como esse filhote nasceu? Cientistas esperam descobrir
Montagem/NY PostUm tubarão nasceu no tanque de um aquário italiano. O que seria apenas a rotina da vida em ação, pode ser o primeiro caso de reprodução assexuada da espécie, uma vez que no tanque vivem apenas duas fêmeas há mais de uma década.
O caso intrigante ocorreu no Acquario Cala Gonone, ba região da Sardenha, onde duas fêmeas de Mustelus (da família Triakidae) e algumas teorias preliminares já foram publicadas na mídia.
A Agenzia Italia publicou que cientistas acreditam que o filhote, chamado Ispera, é na verdade o clone da mãe, fruto de um processo chamado partenogênese. Na maioria dos casos, essa técnica só ocorre de forma eventual ou por pressão ambiental — como a falta de machos disponíveis, o que pode ter sido o caso da dupla no aquário.
No momento, amostras de DNA do filhote e das fêmeas do tanque para tentar determinar se foi uma reprodução assexuada do tipo.
Como a maioria dos laboratórios do país estão ocupados de alguma forma com a pandemia global de covid-19, os resultados devem demorar um pouco.
Mesmo se confirmado, seria o primeiro nascimento de filhotes da espécie por esse tipo de método, o que foi chamado por alguns cientistas de "um avanço significativo" sobre reprodução entre vertebrados.
Caso o estudo dê negativo para partenogénese, os cientistas não terão "nenhuma outra explicação possível" sem estudos muito mais aprofundados.
NÃO PERCA: O processo de acasalamento desse peixe é uma história de terror
Uma possibilidade mais remota apontada é que a mãe — que tem histórico de relações sexuais — pode ter armazenado DNA do esperma de algum macho, que fecundou o óvulo após anos vivendo apenas entre fêmeas.
Nas últimas décadas, cientistas mostraram que a partenogénese é bem possível entre espécies vertebradas.
Partos do tipo foram identificados entre dragões-de-komodo (2006) e tubarões-martelo (2007), por exemplo.
Em plantas e insetos, a partenogénese é ainda mais comum, sendo o caso mais famoso o das abelhas.
Na partenogénese, os filhotes são geneticamente idênticos aos pais, uma vez que não recebem DNA de um parceiro.
Em um dos métodos, uma célula-ovo ainda não maturada fertiliza o óvulo, de forma bem parecida com um espermatozóide comum.
LEIA ABAIXO: Período de reprodução de jacarés deixa moradores em alerta máximo