Hora 7 Cientistas em choque descobrem que esponjas do mar andam muito

Cientistas em choque descobrem que esponjas do mar andam muito

Pesquisadores alemães investigaram diversas trilhas deixadas por esses animais no fundo de mar gelado

  • Hora 7 | Filipe Siqueira, do R7

Resumindo a Notícia

  • Uma pesquisa revelou que as esponjas abissais são capazes de se mover bastante
  • Achava-se que mobilidade delas era quase nula, por causa da ausência de músculos
  • Ainda não se sabe o motivo das andanças desses estranhos animais
  • Pesquisadores chutam que eles podem estar saindo de perto dos pais biológicos
Esses estranhos animais andam bastante e vão até morar longe dos pais

Esses estranhos animais andam bastante e vão até morar longe dos pais

Reprodução/Ocean Floor Observation and Bathymetry System

Esponjas abissais são animais tão misteriosos que por muito tempo foram confundidos com artefatos de civilizações alienígenas. Mas uma pesquisa recente mostrou que esses seres podem ser ainda mais estranhos: eles são capazes de se mover muito.

Uma nova pesquisa do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha da Alemanha, publicada na revista Current Biology, no dia 26 de junho, mostrou trilhas de vários metros deixadas por esses animais, em suas andanças no fundo do mar.

"No início éramos muito céticos. Nós pensamos: 'Isso não é possível. As esponjas não podem se mover", afirmou a a Dra. Teresa Morganti, que liderou o estudo, em entrevista ao New York Times.

Se a descoberta não parece chocante para você, saiba que as esponjas marítimas são conhecidas como animais muito primitivos. Eles não possuem sistema nervoso, músculos, ou mesmo órgãos. Mas têm uma espécie de esqueleto, chamado espícula, formado por calcário ou cálcio.

Para concluir que as esponjas abissais são capazes de se movimentar bastante, os pesquisadores analisaram imagens de uma cordilheira marinha próxima do Pólo Norte. Pelos registros estudados, as esponjas são capazes até de subir montanhas subaquáticas.

As imagens foram feitas pelo navio quebra-gelo de pesquisa Polarstern, em 2016. No local, foram identificadas cerca de 10.000 esponjas, uma comunidade tão vasta que ocupava algumas montanhas completas.

Como as conclusões foram feitas com base em imagens e registros, ainda não se sabe com exatidão o método utilizado por elas para o movimento. Acredita-se que elas se contraiam ao longo de dias (talvez semanas) e se movimentem assim, em uma dança bastante lenta.

VALE SEU CLIQUE: Pavoroso! Criaturas abissais bizarras são capturadas por pescador russo

Não se sabe ainda se elas são capazes (ou mesmo vão querer) repetir o fenômeno em uma análise de laboratório, mas as evidências foram consideradas singulares pelos cientistas. Uma das maiores provas é que nessas trilhas existem restos de espículas, partes do esqueleto do animal expelido durante as andanças.

Em estudos feitos em laboratório anteriormente, a velocidade desses animais foi calculada em cerca de 4 mm por dia, mas as novas estimativas parecem bem maiores.

Mistérios da natureza

Segundo o New York Times, os cientistas não sabem exatamente o motivo da movimentação das esponjas. Ou mesmo a idade daqueles rastros.

A Dra. Morganti especula que o mais provável é uma busca por comida ou mesmo o início de uma jornada para se afastar dos pais biológicos.

Essa é apenas uma interrogação no vasto escopo da pesquisa ainda não finalizada da Dra. Morganti: como as colônias gigantes de esponjas consegue sobreviver em ambientes de frio extremo?

A capacidade de se movimentar (migrar, talvez) pode ser uma das chaves para compreender esse fenômeno, segundo a pesquisadora.

Simplicidade e sobrevivência

As esponjas são consideradas os animais multicelulares mais simples do mundo. E também um dos mais antigos, uma vez que estudos apontam que elas existem desde muito antes dos dinossauros — e de qualquer outro animal.

Quando se fala de testemunhar a história, as esponjas marítimas são pioneiras.

Elas também podem ser gigantes. Algumas delas, encontradas no Havaí, possuem 3,5 metros de largura e 2 m de comprimento. Alguns biólogos apontam que ela pode ter 2 mil anos, o que a tornaria o animal mais antigo ainda vivo.

Viver tanto significa que elas podem se regenerar. Esses animais são espécies de Wolverine da natureza. Se alguém bater uma num liquidificador, os pedaços são capazes de se regenerar e formar diversas novas esponjas do tipo.

LEIA ABAIXO: Criaturas sinistras com aparência 'alien' são vistas em praia da Europa

Últimas