Hora 7 Desvendamos todos os detalhes do relatório sobre óvnis do Pentágono

Desvendamos todos os detalhes do relatório sobre óvnis do Pentágono

Documento de nove páginas não apresenta conclusões, mas mostra que governo dos EUA levarão o assunto à sério agora

  • Hora 7 | Filipe Siqueira, do R7

Resumindo a Notícia

  • Informe entregue ao Congresso mostra dados de investigações de 144 avistamentos
  • Investigadores apontam que óvnis registrados são capazes de movimentos difíceis de explicar
  • A maior parte desses objetos é físico, e não fruto de fenômenos climáticos ou luzes espaciais
  • Mas o documento não divulga a origem desses fenômenos
Relatório é vago e inconclusivo, mas dá pistas do futuro no assunto

Relatório é vago e inconclusivo, mas dá pistas do futuro no assunto

Reprodução/Louisville

O tão aguardado relatório do Pentágono obre óvnis finalmente está entre nós. Com nove páginas e mais perguntas que respostas, o informe divulgado no dia 25 é mais simbólico do que a bomba reveladora que alguns esperaram.

Mais do que revelações sobre alienígenas e guerras interplanetárias, o documento do Pentágono mostra que investigações sobre fenômenos do tipo agora podem ser tratadas como algo sério, e não apenas maquinações de aficionados por discos voadores.

O relatório marca mais uma vez a morte do termo óvni, por sua associação histórica com a cultura dos discos voadores. Eles agora são chamados de UAP: Fenômenos Aéreos Não Identificados — o que daria a sigla Fani em português.

Porém, como afirmado anteriormente, o relatório não confirma e nem desmente a existência de vida alienígena. De certa forma, apenas um passo foi dado e são necessários novos informes para que outros mistérios sejam dissipados.

O que é?

O relatório é fruto de estudos de uma força-tarefa do Pentágono — o comando militar dos Estados Unidos — acerca de 144 avistamentos considerados UAP. O mais antigo deles é de 2004, mas a maioria dos dados é dos últimos dois anos, a mesma data da confirmação de um vídeo de perseguição de óvnis por caças da Marinha do país.

Não é coincidência: antes de 2019, não existia nenhum canal que registrava avistamentos do tipo dentro das Forças Armadas do país, de forma que os militares não sabiam o procedimento a tomar após avistarem algo.

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Cada força criou sua própria comissão oficial de investigação: a Marinha em 2019 e a Força Aérea em 2020. Como se trata de algo relativamente novo, alguns desses investigadores teoricamente ainda não sabem como classificar alguns desses fenômenos.

Essa mudança de mentalidade é abordada no relatório, que descreve que muitas testemunhas sempre tiveram medo de reportar avistamentos do tipo, com medo da "depreciação associada à observação de UAP".

"Embora os efeitos desses estigmas tenham diminuído a frequência com que membros seniores da ciência, políticas, militares e comunidades de inteligência se envolvem seriamente no tópico em público, o risco de reputação ainda pode manter muitos observadores em silêncio, complicando a busca científica do tópico", completa o documento.

Em outras palavras, o relatório é também fruto de um tempo em que se tornou aceitável falar sobre isso sem se sentir maluco ou ser motivo de riso entre colegas.

Dados insuficientes

Apenas um desses 144 avistamentos teve uma respostas conclusiva — o objeto era um balão vazio. O restante permanece em aberto.

Destes casos, 18 são considerados muito insólitos: os objetos voadores fizeram manobras consideradas avançadas demais para a tecnologia de aviação atual.

Eles "pareciam permanecer estacionários em altitudes elevadas, mover-se contra o vento, manobrar abruptamente ou mover-se a uma velocidade considerável, sem meios de propulsão discerníveis".

Em 11 dos casos, pilotos afirmaram que chegaram tão próximos dos objetos que temeram um acidente.

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Apesar do caráter inconclusivo das investigações da força-tarefa, os informes são considerados altamente confiáveis pelos militares. Boa parte deles possui testemunhos de pilotos experientes e treinados, e foram analisados por investigadores veteranos.

Cerca de 80 desses casos envolveu também registros mecânicos, por sensores de aviões ou radares. Os objetos voadores estranhos não apenas assustaram humanos, mas também deixaram rastros difíceis de explicar nos instrumentos militares.

São fenômenos como esse abaixo — infelizmente com legendas apenas em inglês.

Conclusões?

Mas, afinal, o que as investigações concluem? Não muito. Não há pistas da origem desses objetos, embora a força-tarefa aponte algumas possibilidades.

Também não há uma menção sequer a uma origem alienígena ou a possibilidade de algum desses objetos ter vindo de fora da Terra. Mas, essa explicação também não é descartada em nenhum momento.

Parte da culpa para a linguagem vaga e carente de respostas é colocada na falta de detalhes anotados pelos observadores, e na coleta de dados insuficiente. Mas, como estamos falando de um relatório desclassificado da comunidade de inteligência, é de se esperar que coisas sejam mantidas em segredo.

Os militares afirmem ainda que "não há evidências de que qualquer um dos objetos esteja relacionado a um programa secreto de armas dos Estados Unidos ou tenha sido desenvolvido por adversários estrangeiros". Porém, tal afirmação é posta em dúvida no próprio relatório, conforme mostramos abaixo.

O que se sabe é que a maioria desses objetos é físico, o que é importante, uma vez que fenômenos climáticos, o planeta Vênus ou falhas em radares é uma explicação dada com frequência.

O futuro é dos óvnis

Mais do que uma conclusão sobre investigações de óvnis, o relatório na verdade marca o início de uma nova era de análises do tipo pelo governo dos Estados Unidos. Uma época em que militares do país coletarão oficialmente informações sobre UAPs e fenômenos relacionados.

"Embora a maior parte dos UAP descritos em nosso conjunto de dados provavelmente permaneça não identificado devido a dados limitados ou desafios ao processamento ou análise de coleta, podemos exigir conhecimento científico adicional para coletar, analisar e caracterizar com sucesso alguns deles", afirma o documento.

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A partir de agora, o assunto deixará de ser um tabu para cientistas, pilotos e investigadores importantes, antes com medo de colocar a carreira em risco ao fazer declarações sobre o tema.

Há ainda, obviamente, preocupações militares, uma vez que fenômenos "UAP representam claramente um problema de segurança de voo e podem representar um desafio para a segurança nacional dos EUA", já que eles podem ser uma "tecnologia inovadora e disruptiva" de uma potência militar adversária.

Não é como se os Estados Unidos tivesse girado a chave e decidido divulgar tudo que sabe. O documento é uma demanda atual, tanto do público quanto de integrantes do Congresso do país, após a divulgação de evidências sólidas que fenômenos do tipo são investigados.

Mas, respostas definitivas, só virão (se é que virão) no futuro.

Tudo isso começou em 2019, quando um navio da Marinha avistou continuamente óvnis no céu. Após 15 anos, as testemunhas do caso finalmente falaram. Leia abaixo!

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