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O horror que rapidamente se desenrolou em 26 de abril de 1986, na cidade de Pripyat, na União Soviética, foi uma tragédia diferente do que o mundo já viu em termos de envenenamento por radiação
*Estagiária do R7, sob supervisão de Filipe Siqueira
Reprodução/BoredomTherapy
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Os trabalhadores fizeram o possível para retardar o colapso, mas não adiantou. O acidente matou 54 pessoas quase imediatamente, fora todas as outras centenas de milhares que morreram e morrem em decorrência dos efeitos colaterais da radiação
Reprodução/HBO
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O que antes era uma usina de energia próspera e cheia de trabalhadores agora é um terreno árido de móveis carbonizados e arquitetura decrépita. Embora o local esteja em ruínas, equipes de pesquisadores ainda vasculham os escombros
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Os efeitos da radiação são importantes para a ciência, portanto equipes de cientistas frequentam as “zonas vermelhas” de Chernobyl - áreas fechadas ao público devido a quantidades perigosas de radiação remanescente - para estudar a atividade em potencial. Os estudos são frutíferos
Reprodução/BoredomTherapy
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Cinco anos após o colapso inicial, os pesquisadores se adaptaram e seguiram para a radiação remanescente, sem saber o que poderiam encontrar. Embora um pouco cansada do fato de a queda ter durado tanto tempo, essa viagem à zona vermelha provou que poderia ser uma coisa boa
Reprodução/BoredomTherapy
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Pode parecer um muro em decomposição, mas o que os cientistas conseguiram ver era um fungo que estava realmente prosperando com a radiação gama do local
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Pelo menos 200 espécies de fungos foram descobertas vivendo da radiação. Rotulados como "fungos negros", cientistas atordoados imediatamente começaram a executar os testes. A substância realmente cresceu mais rápido quando na presença de radiação gama
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Mais especificamente, houve três linhagens que reagiram positivamente à radiação: Cladosporium sphaerospermum, Cryptococcus neoformans e Wangiella dermatitidis. Essa revelação absolutamente surpreendeu o mundo da ciência
Reprodução/TSgt Christopher Carwile
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O cientista chefe de fungos espaciais e pesquisador sênior da NASA, Kasthuri Venkat (à direita), disse: "Os fungos coletados no local do acidente tinham mais melanina do que os fungos coletados fora da zona de exclusão"
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Reprodução/NASA
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“Isso significa que os fungos se adaptaram à atividade de radiação e até vinte por cento foram considerados radiotróficos - o que significa que cresceram em direção à radiação; eles adoraram.” O termo para este processo é radiossíntese . Mas e daí?
Reprodução/HBO
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O microbiologista Arturo Casadevall também esteve envolvido no estudo dos fungos de Chernobyl e concordou com a importância da descoberta. "O fato de ocorrer em fungos aumenta a possibilidade de que o mesmo ocorra em animais e plantas"
Reprodução/BoredomTherapy
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“Sempre se presumiu que não sabemos por que trufas e outros fungos são pretos. Se eles tiverem alguma capacidade primitiva de colher a luz solar ou colher algum tipo de radiação de fundo, muitos deles a usariam. ” Os pesquisadores então tiveram uma ideia
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Após a descoberta, os cientistas queriam extrair o poder de absorção de radiação do fungo. Era algo que eles nunca viram antes, e o impacto que isso poderia oferecer ao mundo da ciência é enorme
Reprodução/NASA
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Especificamente, os cientistas acreditavam que os compostos químicos do fungo poderiam ajudar as pessoas que são rotineiramente expostas a uma quantidade perigosa de radiação, como pacientes que fazem quimioterapia
Reprodução/Science Photo Library
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Os trabalhadores das usinas nucleares também estão expostos a altos níveis de radiação. Mesmo que usem equipamento de proteção, os raios gama podem penetrar até nas roupas de proteção mais difíceis. Também há esperança no setor da energia
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Reprodução/Flickr / IAEA Imagebank
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Com os recursos limitados de carvão e outros combustíveis fósseis que temos, os cientistas esperam que eles possam aproveitar os produtos químicos para criar algum tipo de fonte de energia biológica através do método de conversão de radiação do fungo
Reprodução/Flickr / U.S. Fish and Wildlife Service Headquarters
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Mas, mais do que esses três usos, os especialistas esperam poder ajudar os astronautas. Em 2016, a NASA enviou um pacote para a Estação Espacial Internacional que incluía várias linhagens de fungos retiradas de Chernobyl
Reprodução/PICRYL
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O plano era replicar as mudanças moleculares no espaço e, um dia, usá-las para proteger os astronautas das quantidades mortais de radiação cósmica a que estão submetidos quando se aventuram no sistema solar
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