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Em 1978, uma era em que a internet comercial ainda era apenas tema de ficção científica, um filme chocou a todos. Com cenas horripilantes de mortes reais, muito sangue e mistério cercando sua produção, o filme se tornou tema de conversas, decisões judiciais e ainda mudaria para sempre a cultura mundial. Você provavelmente sabe do que estamos falando: Faces da Morte
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A capa já trazia o anúncio: "Proibido em 46 países"
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Assistir aquele VHS maldito era entrar em um submundo de horror como nunca antes
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Execuções sumárias, autópsias, membros decepados, acidentes sangrentos, tudo anunciado como real. Nada antes disso fora feito comercialmente
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Como era de se esperar, foi um sucesso e até hoje é descrito como "o filme mais chocante da história"
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O filme seria o ápice de uma obsessão por sadismo presente na sociedade ocidental, prolongada por diversos sites que contém imagens e histórias das mais macabras
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O mais perturbador era seu tom documental, com narração de um patologista (Dr. Francis B. Gross) dizendo que as imagens que veríamos era de sua "coleção particular", que ele "passou anos reunindo"
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Hoje, mais de 40 anos depois, em uma época em que recebemos vídeo chocantes no WhatsApp, o filme ainda mantém sua aura cult. Em parte porque seus produtores e seu diretor preferem não comentar a experiência radical chamada Faces da Morte (ou suas quatro sequências)
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John Alan Schwartz, o idealizador do filme (que assinava o filme com o pseudônimo Conan LeCilaire), hoje vive no Colorado (EUA) com a família
Reprodução/Facebook
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Além de comentar filmes no YouTube junto com a esposa, num canal (sem atividade há dois anos) chamado Two Jews On Film
Reprodução/YouTube/twojewsonfilm
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Sua única imagem atual conhecida é a foto de seu Facebook
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Ao invés de fazer filmes, hoje ele é dono de uma loja de armas no local e não responde a pedidos de entrevista
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"Infelizmente não temos contato com os responsáveis pelo filme, muitos deles anônimos ou já mortos", disse o MPI Media (dona da Gorgon Video, distribuidora original da fita) a um pedido de entrevista do HORA 7
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Praticamente a mesma resposta nos foi dada por Allan A. Apone, um famoso técnico de efeitos especiais que começou a carreira em Faces da Morte e recentemente até trabalhou no primeiro Os Vingadores e Capitão América 2: O Soldado Invernal
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Aparentemente, o filme ganhou ares assustadores até mesmo para os envolvidos na criação dele
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Schwartz foi entrevistado pelo Guardian em outubro de 2018, que o procurou por quatro estados americanos até localizar sua casa
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Ele conta que seu envolvimento com cinema começou com seu pai, que era dono de uma empresa de filmagens da natureza
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Assim como todo o gênero chamado "shockumentary" (um documentário com cenas gore, feito para chocar), a maior influência do diretor foi Mondo Cane
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Lançado em 1963, o filme é um dos mais influentes da história mundial, mesmo sendo pouco lembrado. Traz uma série de 34 filmagens de coisas bizarras ao redor do globo, como rituais de tribos. Daí surgiu a expressão "Mundo Cão"
Reprodução/Cineriz
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"Eu estava cansado de fazer filmes de animais e perguntei a um produtor que havia me contratado [para fazer um filme sobre mortes brutais de animais] por que não fazíamos algo mais ambicioso: um filme onde pessoas eram mortas?"
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"Ele [um produtor japonês] me lançou um olhar estranho, mas não disse não". completa
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Os clientes pediram uma amostra, então Schwartz filmou um amigo legista fazendo uma autópsia e comprou uma filmagem clandestina de massacres de focas. Foi o bastante para receber o sinal verde
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Para preencher o filme, o diretor comprou diversas fitas de telejornais da época. Acidentes com veículos, pessoas morrendo e tiroteios
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Apesar de conseguir um bom número de filmagens, ele não achou o suficiente e aí tomou a decisão que tornaria o filme cult: filmou ele mesmo cenas algumas cenas chocantes e disse que eram reais
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Ele e um roteirista planejaram a maioria das sequências: pessoas que comem um cérebro de macaco, rituais macabros e um surfista afogado na praia
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Além de um homem brutalmente torturado, numa das cenas mais icônicas da época. Foi tudo gravado em um mês e com gastos totais de US$ 450 mil
Montagem/R7
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Foi essa mistura que deu a Faces da Morte seu ar chocante definitivo: quase todos acreditaram que era tudo real
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O filme ganhou US$ 35 milhões apenas nos cinemas (no Japão ele foi líder de bilheteria por várias semanas) e na década seguinte se tornou um sucesso absoluto graças ao videocassete
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Nas locadoras ele era imparável, recebendo até mesmo elogios de grandes cineastas
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Lembra dessa cena de Indiana Jones e o Templo da Perdição onde servem cérebro de macaco? Era uma homenagem do diretor Steven Spielberg a Faces da Morte
Reprodução/Movie Trailers
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Com o VHS, o filme se tornou uma espécie de ritual entre jovens e adolescentes: só era de fato "homem" os meninos que assistiam o filme
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As reações são exatamente o que Schwartz esperava: "Fiz o filme para chocar as pessoas", comentou ele ao Guardian
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Em 2008, parte do choque foi aliviado com o documentário The Death Makers, no DVD especial de 30 anos do filme
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No filme, dois técnicos de efeitos especiais do filme contam como fizeram algumas das cenas mais chocantes
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O cérebro de macaco nada mais era que couve-flor banhada em sangue cenográfico dentro da cabeça de um boneco, tudo encenado em um restaurante de Nova York — o macaco, por sua vez, teve a cabeça batida por cassetetes de isopor
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O homem eletrocutado era apenas um amigo do diretor soltando creme dental pela boca
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Em entrevista ao site Deadspin, em 2012, Schwartz afirmou que "cerca de metade do material era encenado"
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Mesmo com as revelações de que parte de suas imagens não eram reais, o filme continua chocante
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Ver o filme hoje é um convite a uma época estranha onde não era possível pesquisar em segundos se algo era real ou não. Era preciso esperar meses por uma matéria reveladora (ou com informações desencontradas) para tentar montar uma versão oficial do que estava acontecendo ali
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Para ter uma ideia, até o FBI se enganou e achou que o filme era real, de acordo com Michael R. Felsher, dono de uma empresa que faz documentários curtos para colocar em extras em DVDs, em entrevista ao site iHorror
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"Provavelmente ninguém fará algo assim novamente", completa Felsher
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