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Em 1518 ocorreu um dos fatos mais estranhos e misteriosos já documentados pela história da humanidade: centenas de pessoas dançaram sem parar e, aparentemente, sem qualquer controle sobre seus corpos. Até a morte
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O fato ocorreu em uma cidade da região francesa de Estrasburgo, então parte do chamado Sacro Império Romano-Germãnico, em 1518
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Começou de forma simples: uma mulher, Frau Troffea, começou a dançar nas ruas da cidade de forma acelerada
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Ela não parou mais e no fim da semana tinham outros 30 dançarinos frenéticos com ela
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Em um mês a coisa saiu completamente fora de controle e cerca de 400 dançarinos se juntaram ao grupo
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Vários deles morreram de exaustão, fome, ataque cardíaco ou derrame cerebral. Parte da culpa foi das autoridades locais, que encararam o fato como uma necessidade de cura e incentivaram as pessoas a dançar, o que tornou a cena "um grande pesadelo", segundo registros da época
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Hoje, em 2018, estamos tão longe de uma resposta quanto as testemunhas incrédulas do fato em 1518
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Diversos estudiosos se debruçaram sobre um caso tão intrigante e chegaram a algumas respostas
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Naturalmente, elas devem ser encaradas como especulações bem embasadas, no fim das contas
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Em primeiro lugar, é unanimidade que o evento de fato ocorreu. E ocorreu como descrito, com os números relatados
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Tudo porque a abundância de registros não deixa muitas dúvidas da ocorrência
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Em segundo lugar, as pessoas estavam realmente dançando, num grande episódio de histeria coletiva
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Não era um amontoado de convulsões ou alguma doença esquisita, e sim uma epidemia de dança
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John Waller, autor do livro A Time to Dance, a Time to Die: The Extraordinary Story of the Dancing Plague of 1518 (Um tempo para dançar, um tempo para morrer: a extraordinária história da praga da dança de 1518, em tradução livre), afirma que "indiscutivelmente elas estavam dançando"
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A possibilidade maior levantada por ele é "estresse" aliado a fraqueza mental
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Como as pessoas passavam longos períodos de fome ou alimentação deficiente, elas estavam submetidas à muita pressão psicológica
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Além disso, existiam lendas e superstições locais que podem ter incentivado as pessoas a dançarem como forma de cura, incentivadas por autoridades
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A teoria de Waller, um professor assistente de história da Medicina da Universidade Estadual do Michigan, foi considerada melhor fundamentada por outras anteriores
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Uma delas afirmava que os dançarinos estavam intoxicados com o fungo Ergot
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O Ergot é altamente venenoso, e uma versão sintetizada dele deu origem ao LSD. Pessoas com Ergotismo têm convulsões sérias e movimentos involuntários, o que poderia ser confundido com dança
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Mas, como pode ser visto em pinturas e livros, na época os médicos já conheciam os sintomas do Ergotismo e tinham até tratamentos para a doença
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