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Você pode não gostar do século em que vivemos, mas é possível se sentir um pouco melhor analisando o fato de que a trepanação indiscriminada e sem anestesia não é mais um procedimento médico aceitável. A técnica consistia em enfiar uma broca na cabeça para tirar "energias ruins" ou até curar doenças mentais. Sim, abria um buracão (ou mais de um) na cabeça, como se o crânio fosse uma parede a ser consertada. Conheça agora toda a história dessa esquisitice
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Antes de mais nada é preciso saber que trepanação não é coisa de medicina medieval, como mostra um estudo recente publicado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts
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A técnica parece ter seguido a humanidade desde muito antigamente — talvez desde o período neolítico (uns mil anos antes de Cristo)
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Para ter uma ideia, índios incas a praticavam, com uma taxa de sucesso maior que dos hospitais europeus do século 19 — algo em torno 30%, contra 10% dos europeus modernos
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Quando fizeram essa descoberta (que índios conseguiam fazer o mesmo que eles) os médicos não acreditaram. Demorou cerca de uma década para o fato ser aceito na comunidade médica
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Isso era 1876. Sete anos depois, foi descoberto um crânio na França (que foi a primeira de várias descobertas) que indicou que humanos no neolítico faziam o mesmo
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Em pelo menos um dos casos, a operação foi com propósito médico, de acordo com estudos científicos
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Estudos apontam que existem (ou existiam) cinco métodos para fazer uma boa trepanação
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O principal e mais conhecido era a inserção deu ma broca similar a uma parafuso que abrir um buraco no crânaio
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Outro método é o corte da superfície do crânio
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O terceiro envolve a raspagem do osso, geralmente com uma pedra
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Na Itália era comum o terceiro método e podia-se demorar "cerca de 50 minutos" na raspagem, com pedra ou vidro
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O cansaço era tamanho que o responsável por ele geralmente descansava uma ou duas vezes. Os outros dois métodos eram muito parecidos com esses três
(Na imagem, uma das obras mais famosas sobre o assunto: The Cure for Madness (ou Folly), de Hieronymus Bosch)
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Estranhamente, o método era mais mortal em tempos recentes
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Durante a Idade Média, a taxa de sobrevivência era de cerca de 70%
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Nos século XIV a XVIII, caiu para quase 0, por causa do pouco cuidado dos envolvidos
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Era comum a perfuração das meninges (o sistema de membranas que revestem os nervos) ou infecções agudas
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Foi justamente essa alta taxa de mortalidade que fez a medicina rever a prática, utilizada em casos de fraturas e ferimentos na cabeça (sim, fazia menos sentido do que você pensa)
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Hoje, trepanação é um método cirúrgico comum, utilizado para aliviar a pressão intracraniana e só feito com anestesia geral. Citar a prática como curadora de loucura ou epilepsia soa maluquice, mas era comum até o século 17
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Também há discussões um tanto esotéricas sobre a prática, afirmando ser ela "um portal para a iluminação". Segundo a teoria, o fechamento do crânio na infância "inibe as pulsações cerebrais", o que "inibe sonhos, percepção extrassensorial e a imaginação"
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Abrir um buraco na cabeça seria uma forma de aumentar o metabolismo cerebral, o que tornaria a pessoa mais criativa e capaz de multitarefas. Esse tipo de visão deriva, provavelmente, de um olhar nostálgico sobre coisas antigas, o que não necessariamente é verdade
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