Resumindo a Notícia
- O papagaio-da-nova-zelândia é o único do mundo que pode viver em montanhas geladas
- Cientistas estudaram o DNA da espécie para saber como ele se adaptou ao ambiente
- Mas descobriram que a genética deles é quase igual ao dos parentes das florestas
- A suspeita principal é que eles vivem nos Alpes para evitar a presença de humanos
Espécie é a única de papagaios alpinos do mundo
Flickr/Bernard Spragg (Sob Licença Creative Commons)Pesquisadores da Universidade de Otago suspeitam que os raríssimos papagaios alpinos podem ter fugido para as montanhas para evitar a presença de humanos e se esconder em um habitat mais seguro.
O grupo de cientistas, liderado pelo professorc Michael Knapp, utilizou sequenciamento genético e análise de registros fósseis para lançar as bases da pesquisa, que aponta que a espécie, em grave risco de extinção, pode sobreviver à crises climáticas.
O papagaio-da-nova-zelândia (Nestor notabilis, também conhecido no país como kea) é considerado a única espécie de papagaio alpino do mundo, que pode viver na neve. Na maior parte do tempo, exemplares da espécie vivem em montanhas, quase sempre geladas.
Mas o estudo revelou que os antepassados dos atuais papagaios já viveram em diversas outras regiões, o que levanta duas possibilidades: que eles deliberadamente foram para regiões montanhosas, e que podem sobreviver caso a neve dos Alpes do país derreta.
Provas genéticas
Para estudar as aves, os cientistas compararam o DNA delas com uma espécie irmã dos kea, os kākā, que vivem nas florestas do país. Comparações genômicas mostraram que não existem diferenças significativas entre uma espécie e outra.
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"Fisiologicamente, não há nada que impeça o kea de sobreviver em altitudes mais baixas. É um generalista. Ele vai sobreviver do nível do mar ao alpino", afirmou Knapp, ao The Guardian.
Os papagaios do país também são conhecidos pela curiosidade e pelas interações com outras espécies, nem sempre bem-vindas. Essas aves são vistas frequentemente subindo em carros de visitantes das montanhas e ainda se alimentam da gordura de rebanhos de carneiros, o que causa feridas dolorosas e pode até matar os caprinos.
Por causa da ameaça deles aos rebanhos, durante 100 anos, o governo da Nova Zelândia ofereceu recompensas pelos bicos da espécie, política encerrada apenas em 1970.
A união entre esperteza, adaptabilidade e curiosidade reforça a tese do estudo — publicado na revista Molecular Ecology — de que os animais se mudaram para ambientes mais amenos, provavelmentge para evitar interações com humanos.
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