O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou nesta segunda-feira (25) que Israel quer provocar o "caos", no segundo dia de enfrentamentos na Cisjordânia pela morte de um palestino em uma prisão israelense.
— Os israelenses querem caos (...). Não deixaremos arrastar para o caos e para a desordem a vida de nossas crianças e de nossos jovens.
Abbas afirmou que "não deixaremos passar a morte" de Yaradat, que "foi preso e retornou em um caixão", informou a agência "Ma'an".
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A morte de Arafat Yaradat, o prisioneiro palestino que morreu no último sábado (23) em uma prisão israelense por causa de possíveis torturas, desencadeou uma onda de protestos por todo o território da Cisjordânia na qual só hoje ficaram feridos sete pessoas, entre eles um adolescente de 13 anos.
Segundo a agência palestina "Ma'an", o adolescente, Mohammed Khaled al Kurdi, se encontrava no campo de refugiados do Aida quando recebeu vários tiros nas costas e uma perna.
Também estão entre os feridos três oficiais da Polícia israelense de Fronteiras. Segundo a agência oficial "Wafa", os agentes foram feridos perto da prisão de Ofer, ao sul de Ramala, onde jovens palestinos realizaram inúmeros ataques.
De acordo com a fonte, dois deles foram feridos por disparos, sendo que o terceiro, que também segue internado, sofreu o impacto de uma bomba de gás lacrimogêneo na cabeça.
Outros dois manifestantes também foram feridos com balas de borracha nesse mesmo campo de refugiados. O sétimo ferido é um soldado israelense, que levou uma pedrada no bloco de assentamentos judaicos de Gush Etsión, situado no distrito ocupado palestino de Belém.
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Israel ainda não entregou o relatório final da autópsia, realizada em um instituto legista em Tel Aviv sob supervisão palestina. Segundo os médicos israelenses as fraturas em duas costelas e os machucados podem ter sido causadas pelos esforços de reanimação que se lhe praticaram, e não por torturas, como assegurou ontem o médico palestino.
Israel teme que a onda de violência pela morte de Yaradat, que se soma à que já havia originado nas últimas duas semanas a greve de fome de quatro presos palestinos, leve a um novo levantamento popular ou armado nos territórios ocupados.
Nesse sentido, Abbas destacou que "a única coisa que pedimos é uma paz baseada na justiça e a suspensão dos assentamentos".
— Somos um estado sob ocupação de acordo com a IV Convenção de Genebra, Israel não deveria alterar a natureza da terra que está ocupando e transferir sua gente para ela.
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