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Apesar da polêmica, eleitores franceses não devem se importar com o amor "maduro" de Macron

No conflito entre conservadores e liberais pela presidência francesa debate sobre vida íntima de candidatos não afeta corrida eleitoral

Internacional|Do R7*


Brigitte Trogneux e Emmanuel Macron
Brigitte Trogneux e Emmanuel Macron

Os franceses são bastante conhecidos ao redor do mundo pela fama que têm de serem românticos e adorarem climas mais íntimos com seus companheiros. Prova de que esses costumes são frequentes, várias situações curiosas são vistas inclusive no meio político da França. O caso que ganhou mais destaque recentemente envolve o candidato favorito Emmanuel Macron, casado com uma professora que deu aula para ele no colégio e é 25 anos mais velha. Porém, o caso de amor "maduro" de Macron não deve afetar sua imagem diante do eleitorado conservador. 

Segundo o professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Demetrius Pereira, a França é um país relativamente conservador em relação ao amor, o que justifica grande parte da repercussão que o caso teve, mas o que realmente importa ao eleitorado francês é o estado civil do candidato.

— O que depende muito é se o presidente é casado ou não, porque alguns não são casados ou se separam no meio do mandato, que foi o caso do Hollande, e acaba tendo um novo relacionamento. Às vezes, quando esse caso extraconjugal se transforma em casamento, aí deixa de ser tão mal visto. Mas o caso extraconjugal existindo, tendo uma esposa, já é um pouco mais complicado.

Historicamente, vários ex-presidentes também passaram por momentos delicados com a divulgação de escândalos sexuais. Um deles foi o popular-socialista François Hollande, que se envolveu com a atriz Julie Gayet em um caso divulgado pela revista Closer em janeiro de 2014. A então companheira do chefe de Estado, Valérie Trierweiler, deu entrada no hospital logo no dia seguinte à descoberta, com um esgotamento nervoso. Até hoje as causas desse problema de saúde não são muito claras, mas acredita-se fortemente que o quadro esteve associado à infidelidade de Hollande.


Para o professor, uma situação desse tipo deixa qualquer presidente mal visto, mas não é nada que possa atingir proporções maiores em seus compromissos como chefe de Estado. No geral, ele explica que diplomatas costumam separar bem as figuras pública e privada de um presidente.

— As consequências já não são tão duras assim. Os países não costumam julgar isso, seria algo mais interno. Claro, pode haver essa saia justa de em uma recepção o presidente ir ou não acompanhado da esposa ou da amante talvez. Então isso pode mudar a relação, mas não tem registro nenhum de um presidente ter sido prejudicado por ter uma amante. Isso não vai causar uma punição tão dura como uma sanção econômica, por exemplo.


O que pode acontecer, de acordo com Pereira, é uma mudança política em questões cerimoniais, de encontros com outros presidentes em eventos, tendo em vista que a primeira-dama tem papel social forte em reuniões formais de autoridades.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy foi outro dos protagonistas de uma dessas puladas de muro. Ele se divorciou de Cecilia Ciganer-Albéniz em 2007 em um anúncio que foi feito de maneira um pouco misteriosa e "por acordo mútuo", segundo um comunicado que esclarecia a separação. O divórcio ocorreu após 20 anos de união e 11 meses de casamento.


O que torna a situação mais curiosa é que Cecília acompanhou o marido durante toda a campanha presidencial daquele ano, mas no dia de ir votar, em maio de 2008, ela não apareceu.

No dia 2 de fevereiro de 2008, Sarkozy casou-se pela terceira vez, agora com a modelo e cantora Carla Bruni, com quem ainda hoje está e de quem tem uma filha.

Amor "maduro" do presidenciável

Hoje com 39 anos, Macron conheceu Brigitte Trogneux, de 64 anos, quando ainda estudava no Ensino Médio. Na época, ele tinha 17 anos e não escondia a paixão que já tinha pela futura esposa.

Em entrevista à Paris Match, Brigitte já disse que o jovem pretendente mostrava determinação em se casar com ela e não sentia vergonha nenhuma de fazer a revelação.

— Com 17 anos, Emmanuel falou para mim: “Não importa o que você faça, eu vou me casar com você!”

*Caíque Alencar, do R7

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