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Ataque contra novo governo do Iêmen mata 22 em aeroporto

Pelo menos 50 pessoas ficaram feridas após três explosões atingirem o aeroporto de Aden; separatistas negam autoria

Internacional|Da EFE

Pessoas correm após explosões na pista do aeroporto de Aden, no Iêmen
Pessoas correm após explosões na pista do aeroporto de Aden, no Iêmen Pessoas correm após explosões na pista do aeroporto de Aden, no Iêmen

Ao menos 22 pessoas foram mortas e 50 ficaram feridas nesta quarta-feira (30) em um ataque que causou três explosões no aeroporto de Aden, no Iêmen, no momento da chegada de ministros do recém-formado governo de união nacional, que conta em parte com integrantes separatistas do sul do país.

Leia também: Iêmen e rebeldes houthis acertam troca de mais de mil presos

O governo iemenita internacionalmente reconhecido, cujos membros escaparam ilesos do ataque, atribuiu a autoria do ataque a insurgentes houthis, com quem está em guerra desde o final de 2014. Porém, eles negaram ter participado do ato terrorista e prestaram solidariedade às vítimas, além de terem condenado o que chamaram de "facções mercenárias" pelo atentado.

Aeroporto estava cheio

Testemunhas oculares disseram à Agência Efe que duas das explosões aconteceram no terminal principal, e a terceira na entrada do aeroporto, quando um avião que trazia de Riad, na Arábia Saudita, os ministros do novo governo formado em 18 de dezembro com a participação dos separatistas pousava em Aden.

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Havia um grande número de jornalistas e agentes de segurança no aeroporto devido à chegada dos ministros, e por isso o ataque foi gravado e exibido por vários canais de televisão.

As imagens mostram que as explosões ocorreram quando os ministros estavam desembarcando do avião e o que parece ser um míssil atingindo o aeroporto e causando uma das explosões.

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Os operadores de câmera registraram então colunas de fumaça preta vinda do terminal do aeroporto, um grande buraco no asfalto causado por uma das explosões e várias pessoas deitadas no chão na entrada do terminal.

Condenação

O Ministério do Interior do Iêmen disse em comunicado que está trabalhando com a coalizão internacional de países árabes que apoiam o governo em sua luta contra os houthis "para determinar o tipo desses projéteis e para saber a extensão dos danos causados pelo impacto".

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Na nota, a pasta indicou que "o número de fatalidades do ataque ao aeroporto de Aden foi de 22, e outras 50 pessoas foram feridas, incluindo civis, trabalhadores do aeroporto e pessoas que vieram ao encontro do governo legítimo".

O primeiro-ministro Maeen Abdelmalik Saeed condenou no Twitter "o covarde ato terrorista" e o considerou "parte da guerra travada contra o estado iemenita e seu grande povo".

O ministro da Informação do Iêmen, Muammar al-Eryani, acusou diretamente os rebeldes houthis e disse que o que aconteceu não impediria os membros do governo de cumprir seu "dever nacional", pois seu "sangue e alma não são mais preciosos do que o dos iemenitas".

Houthis negam envolvimento

Entretanto, o governo liderado por houthis, que controla parte do oeste e norte do país, incluindo a capital, Sana, de onde expulsou o presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi seis anos atrás, a única reação veio do vice-ministro das Relações Exteriores, Hussein al Ezzat, que negou participação no ataque.

"Somos solidários com as famílias das vítimas e condenamos fortemente todas as facções mercenárias por não se sentirem responsáveis pelas vidas de pessoas inocentes, esperando que elas resolvam suas contas longe das instalações civis e públicas", disse ele no Twitter.

Por sua vez, o enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, também condenou o ataque e lamentou as mortes e ferimentos sofridos por "muitos civis inocentes".

"Este ato inaceitável de violência é uma lembrança trágica da importância do rápido retorno do Iêmen ao caminho da paz", declarou.

O governo dos Emirados Árabes Unidos, que apoia os separatistas do sul do Iêmen, também condenou o ataque.

A guerra do Iêmen coloca os houthis, um movimento xiita apoiado pelo Irã, contra o governo internacionalmente reconhecido de Mansour Hadi, que é apoiado por uma coalizão de países árabes liderada pela Arábia Saudita, mas também teve que enfrentar separatistas do chamado Conselho de Transição do Sul (CTS), apoiado pelos Emirados Árabes Unidos.

O governo legítimo e o CTS assinaram um acordo em novembro de 2019 para um cessar-fogo e a formação de um governo conjunto, mas seu cumprimento foi adiado até 18 de agosto, quando o presidente, exilado na Arábia Saudita, anunciou a formação de um governo que inclui cinco ministros (de um total de 24) dos separatistas

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