Resumindo a Notícia
- Brasileiro foi indiciado por participar de um esquema de tráfico de pessoas para os EUA
- Suspeito enviaria ilegalmente pessoas que querem entrar nos EUA por R$ 100 mil
- Com o auxílio do irmão e do sobrinho, ele empregava estas pessoas em restaurantes nos EUA
- Objetivo era fazer com que as pessoas enviadas ilegalmente para os eu pagassem a dívida
Brasileiros pagariam até R$ 100 mil para atravessador facilitar passagem pela fronteira
Jose Luis Gonzalez/ Reuters - 26.10.2019A Procuradoria do Distrito de Massachusetts informou nesta terça-feira (4) que um brasileiro suspeito de agir como traficante de pessoas foi acusado de contrabando de pessoas nos Estados Unidos junto com o irmão e o sobrinho.
O "coiote" foi preso no Paraguai em 2021 por supostamente ter fugido com a filha pequena, crime pelo qual agora está sendo julgado no Brasil. Após a prisão, a Polícia Federal brasileira começou a suspeitar que ele era um contrabandista de pessoas, um dos vários que estavam ajudando a impulsionar um número recorde de prisões de nacionais na fronteira sul dos EUA.
A Polícia Federal o acusou de cobrar dos brasileiros sem vistos válidos nos EUA cerca de 20 mil dólares (mais de R$ 100 mil) por pessoa para entrar em terras norte-americanas pelo México, usando uma rede internacional de policiais e funcionários corruptos, assim como familiares sediados nos Estados Unidos.
Em outubro do ano passado, quando foi tema de uma reportagem da Reuters, o suspeito negou que fosse um contrabandista de pessoas, dizendo que dirigia uma consultoria legítima aconselhando pessoas sobre pedidos de asilo nos EUA. Ele disse que cobrava até 100 mil reais daqueles que atendessem aos critérios norte-americanos para ajudá-los a migrar para o país.
Na terça-feira, promotores federais de Massachusetts abriram um processo com quatro acusações contra o suspeito. Também anunciaram a prisão do irmão e do sobrinho, na cidade de Woburn, onde possuem dois restaurantes.
De acordo com um comunicado da Procuradoria do Distrito de Massachusetts, os três homens da família supostamente "contrabandearam indivíduos do Brasil para os Estados Unidos por uma taxa que varia entre aproximadamente 18 mil e 22 mil dólares".
O irmão do principal suspeito e o sobrinho então supostamente "os empregavam em seus restaurantes em Woburn, retendo seus salários para pagar suas dívidas de contrabando". Além disso, segundo o comunicado, eles "supostamente deram ou ofereceram documentação falsa aos indivíduos para apoiar pedidos de asilo ou obter autorizações de trabalho".
Suspeitos e defesas não quiseram comentar a reportagem da Reuters.
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