Catalunha: premiê espanhol diz que Estado de Direito será restaurado
Governo se prepara para impor o controle direto sobre a região
Internacional|Do R7, com agências internacionais
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, pediu calma à população nesta sexta-feira (27), em um tuíte publicado minutos depois que o Parlamento regional da Catalunha aprovou a independência do restante do país, em contestada votação que provavelmente será considerada ilegal.
"Eu peço por calma de todos os espanhóis. O Estado de Direito irá restaurar a legalidade na Catalunha", escreveu Rajoy.
Em Madri, o governo espanhol se prepara para impor o controle direto sobre a Catalunha nesta sexta-feira como forma de deter sua tentativa de independência, uma medida inédita que pode provocar uma reação raivosa dos separatistas e agravar a pior crise do país em décadas.
O Senado, a câmara alta do Parlamento espanhol, se reúne para aprovar o Artigo 155, a lei que permitirá que o governo central assuma o comando da região autônoma.
"Medidas excepcionais só deveriam ser adotadas quando nenhum outro remédio é possível", disse o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Senado. "Na minha opinião, não há alternativa. A única coisa que pode ser feita é aceitar e cumprir a lei."
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A liderança catalã está ignorando a lei e debochando da democracia, afirmou.
"Estamos enfrentando um desafio inédito em nossa história recente", disse Rajoy, que adotou uma postura inflexível contra a campanha independentista da Catalunha.
A crise dividiu a região e causou profundo ressentimento na Espanha –agora bandeiras nacionais estão dependuradas em muitas sacadas da capital Madri como expressão de unidade.
Também provocou uma fuga de empresas da rica Catalunha e despertou em outros líderes europeus o temor de que acabe insuflando sentimentos separatistas em outros pontos do continente.
Depois disso Rajoy deve convocar seu gabinete para adotar as primeiras medidas para governar a Catalunha diretamente. Isto pode implicar em demitir o governo de Barcelona e assumir a supervisão direta das forças policiais catalãs.
Mas como o controle direto funcionará na prática, incluindo a reação de servidores civis e da polícia, ainda é incerto.