A Colômbia afirmou que tem informações da Inteligência de que dois líderes dos rebeldes das Farc que se rearmaram após terem assinado o acordo de paz de 2016 foram mortos na Venezuela, em ataques separados.
Darío Velázquez, conhecido como El Paisa, e Henry Castellanos, o Romaña, "caíram em solo venezuelano" por confrontos de disputas de rendas oriundas do tráfico, disse o ministro da Defesa, Diego Molano, em declarações divulgadas pelo jornal El Tiempo.
Nesta quinta-feira, o mesmo jornal divulgou duas fotos do suposto corpo de Henry Castellanos — o nome de Romaña. Em uma das imagens, é possível ver um rosto com várias feridas.
"A informação da Inteligência aponta que foram dois fatos separados e independentes, em locais diferentes na Venezuela", disse Molano. Ambos os tiroteios teriam acontecido no último domingo (5).
Segundo os mesmos dados, houve "um confronto em cada um dos casos" pelo negócio do narcotráfico.
Consultado pela agência de notícias AFP, o Ministério da Defesa não quis comentar as supostas fotografias do corpo.
Quem eram os guerrilheiros
Tanto El Paisa quanto Romaña eram considerados figuras importantes na chamada Segunda Marquetalia, um grupo dissidente formado por veteranos das Farc que rejeitaram os acordos de paz assinados com o governo entre 2018 e 2019 e retomaram a guerrilha.
El Paisa Velázquez era líder de um dos grupos mais temidos das Farc, responsável por um atentado com carro-bomba perto de um clube na capital colombiana, Bogotá, que matou 36 pessoas e feriu quase 200 em 2003.
Ele também teria planejado um ataque contra uma base conjunta do Exército e da polícia em 1998 que deixou 16 mortos entre as forças de segurança em Miraflores. Na ação, mais de 100 soldados e policiais foram sequestrados, e a maioria passou pelo menos três anos nas mãos dos guerrilheiros.
Por sua vez, Henry Castellanos foi o autor de mais de 90 sequestros em massa nas estradas colombianas e comandante do chamado Bloco Oriental das Farc, um dos maiores grupos que faziam parte da guerrilha.
Tanto Castellanos quanto Velázquez abandonaram os acordos de paz junto com outro líder importante das Farc, Jesús Santrich, que também foi morto na Venezuela, em maio deste ano. Com as baixas, a Segunda Marquetalia perdeu suas principais lideranças.