Resumindo a Notícia
- O ministro da Defesa de Israel disse que o ataque ao Irã pode acontecer em dois ou três anos
- Benny Gantz comentou o assunto durante um discurso a cadetes
- O alvo do ataque seriam as indústrias nucleares do país iraniano
- Israel prevê que o Irã continuará avançando lentamente no campo nuclear
Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, fez comentário em evento militar
Nir Elias/Reuters - 1º.11.2022O ministro de Defesa de Israel, Benny Gantz, disse nesta quarta-feira (28) que o país pode atacar instalações nucleares iranianas em dois ou três anos, em comentários inusitadamente explícitos sobre um possível cronograma.
Com os esforços internacionais para renovar um acordo nuclear de 2015 ainda estagnados, os iranianos intensificaram o enriquecimento de urânio, um processo com usos civis que também pode eventualmente produzir combustível para bombas nucleares — embora o Irã negue ter tal projeto.
Especialistas dizem que o Irã poderia aumentar a pureza físsil do urânio nacional para armas em pouco tempo. Mas construir uma ogiva levaria anos, dizem eles, em uma estimativa repetida por um general da inteligência militar israelense neste mês.
"Em dois ou três anos, você pode estar atravessando os céus para o leste e participando de um ataque a instalações nucleares no Irã", disse o ministro da Defesa, Benny Gantz, em um discurso aos cadetes da Força Aérea.
Por mais de uma década, Israel emitiu ameaças veladas de atacar as instalações nucleares do arqui-inimigo caso considerasse a diplomacia das potências mundiais com Teerã um beco sem saída. No entanto, alguns especialistas duvidam que Israel tenha poder militar para causar danos duradouros a alvos iranianos distantes, dispersos e bem defendidos.
A previsão da inteligência militar israelense para 2023 é que o Irã "continuará em seu caminho atual de progresso lento" na área nuclear, de acordo com o jornal Israel Hayom no domingo (25).
Sob uma política ambígua destinada a dissuadir os inimigos, ao mesmo tempo que evita provocações que possam estimular corridas armamentistas, Israel não confirma nem nega ter armas nucleares. Os estudiosos acreditam que sim, e o governo israelense teria adquirido a primeira bomba no fim de 1966.
Ao contrário do Irã, Israel não é signatário do Tratado de Não Proliferação voluntário de 1970, que oferece acesso a tecnologias nucleares civis em troca da renúncia ao armamento nuclear.