Os procuradores que investigaram as circunstâncias em torno da morte de Diego Maradona adiaram nesta sexta-feira para 14 de junho o início dos depoimentos dos sete acusados de homicídio com dolo eventual, de acordo com fontes judiciais, disseram ao Efe.
O Ministério Público da Cidade de San Isidro, na província de Buenos Aires, havia marcado para a próxima segunda-feira (31) a convocação para as primeiras investigações, mas decidiu remarcá-las dada a situação crítica de saúde provocada pela pandemia da covid-19 que o país atravessa. Isso porque a justiça planeja que os depoimentos sejam dados pessoalmente.
Deporão como réus o neurocirurgião Leopoldo Luque; a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Ángel Díaz; a médica que coordenou a hospitalização domiciliar de Maradona, Nancy Forlini; o coordenador de enfermaria, Mariano Perroni, e as enfermeiras Ricardo Omar Almiron e Dahiana Gisela Madrid. A pedido dos promotores, o juiz de garantias do caso, Orlando Diaz, os proibiu de deixar o país.
O Ministério Público decidiu acusar os profissionais de saúde que assistiram Maradona por suposto homicídio com dolo eventual, um crime pelo qual estão previstas penas de oito a a25 anos de prisão. No início deste mês, os investigadores receberam o relatório da junta médica em que 11 especialistas avaliaram as circunstâncias da morte do ídolo argentino.
Já Luque e Cosachov também são acusados dos crimes de uso de documentos particulares falsos e falsidade ideológica, respectivamente.
O relatório da junta médica, divulgado pela imprensa local, conclui que o desempenho da equipe de saúde que atendeu Maradona foi "inadequado, deficiente e imprudente, abandonando o estado de saúde do paciente ao destino".
A autópsia no corpo do ex-capitão e ex-técnico da seleção argentina determinou que ele morreu como resultado de "um edema pulmonar agudo secundário a uma insuficiência cardíaca crônica exacerbada". Eles também descobriram uma "cardiomiopatia dilatada" em seu coração.
O astro de 60 anos foi internado em 2 de novembro em uma clínica em La Plata por anemia e desidratação. Um dia depois, foi transferido para um hospital de Olivos, onde pouco depois de chegar foi submetido a uma cirurgia devido a um hematoma subdural na cabeça. Em 11 de novembro ele teve alta do hospital e foi levado para uma casa em um bairro privado nos arredores de Buenos Aires, onde morreu no dia 25 desse mês.