A maioria dos corpos encontrados em fronteiras são irreconhecíveis
REUTERSEntre os anos de 2000 e 2016, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (da sigla em inglês CBP) descobriu restos de 6.023 corpos não documentados de pessoas que morreram tentando atravessar a fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Esse cenário foi citado pelo jornal americano New York Times e, apesar do número já ser alto, várias autoridades dizem que a estatítica está muito abaixo dos valores reais. De acordo com um xerife do Texas, "para cada corpo encontrado, é provável que cinco tenham sido perdidos". Isto é, o número de corpos perdidos poderia chegar a dezenas de milhares.
Segundo o artigo do New York Times, corpos aparecem nas fronteiras "com regularidade chocante". Em uma desses fronteiras, que fica em Brooks County, no Texas, 550 corpos foram encontrados desde janeiro de 2009, o mês da cerimônia de inauguração do primeiro mandato do ex-presidente Barack Obama.
Muitos desses corpos são irreconhecíveis, carbonizados pelo sol do deserto ou apanhado pelos abutres. Nas principais rotas de imigrantes, pessoas mortas sã vistas por todo o caminho. Uma mulher que congelou atá a morte foi encontrada envolvida em um saco de lixo plástico para se aquecer.
Em 2015, o caso de um ex-maquinista Franciso Gonzalez comoveu bastante a opinião pública. Mesmo na irregularidade, ele ligou para serviços de emergência no meio do deserto implorando para que as patrulhas de fronteiras o prendessem para salvar a vida dele.
Ele disse ao funcionário que ele estava retornando para os Estados Unidos para conhecer sua filha recém-nascida depois de ser deportado durante o governo de Obama. Quando os oficiais não permitiram sua entrada, ele deu o telefone da esposa dele e disse: "Ligue para ela e diga que eu não consegui. Ligue para ela e diga que eu a amo e para que ela cuide bem da nossa bebê". Ele morreu alguns dias depois.
No artigo, o jornal americano ainda afirma que o total de corpos é maior do que o número total de mortos nos ataques de 11 de setembro de 2001 e do furacão Katrina combinados. E apesar da queda da imigração desde a eleição de Donald Trump, o número de corpos encontrados nos primeiros meses de 2017 já é igual ao número encontrado em todo o ano de 2010.
Agora, as regras de imigração estão ficando mais duras com o mandato dfe Trump, sobretudo com a construção do muro na fronteira com o México.
Desde o início de seu mandato, Trump já deportou dezenas de milhares e planeja contratar milhares de funcionários para controle e fiscalização de fronteiras. A crise de refugiados é o resultado do imperialismo e do capitalismo irracional dos sistemas de estados-nação.