O julgamento de uma enfermeira, aparentemente com problemas mentais, acusada de ter esfaqueado quatro moradores de um centro para pessoas com deficiência, começou nesta terça-feira (26) na Alemanha.
Leia também: Alemanha julga mulher de 96 anos acusada de crimes nazistas
Inés Andrea R., de 52 anos, suspeita de quatro assassinatos e de três tentativas de homicídio, foi internada em uma instituição psiquiátrica por sinais "evidentes" de doença mental, segundo a promotoria.
Com previsão de durar até o início de dezembro, o julgamento está sendo realizado no tribunal de Potsdam, ao sul de Berlim. Foi nessa área que aconteceram os crimes que chocaram o país em abril.
Responsabilização
O tribunal deve determinar se a acusada pode ser responsabilizada por suas ações, levando-se em consideração seu estado psicológico. A Justiça também deverá determinar o que a levou a cometer os crimes.
Ela é acusada de assassinar com uma arma branca, em 28 de abril, quatro residentes de um centro para pessoas com deficiências psicomotoras onde trabalhava.
As vítimas, duas mulheres e dois homens, com idade entre 31 e 56 anos, não puderam se defender.
Ela também atacou outras três pessoas, ferindo gravemente uma mulher de 43 anos. A polícia denunciou lesões causadas pelo "uso de uma violência extrema".
A promotoria considera que se tratou de um ato deliberado, embora a suposta autora não possa ser responsabilizada integralmente pelos fatos, devido aos seus problemas de saúde mental.
A acusada se assegurou de que, naquela noite, seus dois colegas de turno estariam ocupados, antes de atacar os residentes que ela sabia que "não podiam se defender", alegou a promotora.
Sem entrar em detalhes, Inés Andrea R., mãe de dois filhos, um deles deficiente, contou que sempre quis ser enfermeira e que durante muitos anos sofreu de problemas mentais.
"Me aconchegava em casa. Desde que tinha cinco anos, eu sentia uma grande tristeza e medo diante da vida", disse.
O estabelecimento Suchnelda von Saldern Haus é especializado no acolhimento e no apoio às pessoas com deficiência física ou mental, em particular cegos e autistas.
Cerca de 65 pessoas vivem nessa estrutura, que emprega mais de 80 funcionários.