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Esperança de adesão rápida à Otan diminui para Suécia e Finlândia

Aliança Militar se reunirá na próxima semana em Madri, na Espanha, onde poderá decidir sobre futuro dos países no grupo

Internacional|Do R7

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, durante coletiva de imprensa
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, durante coletiva de imprensa

Suécia e Finlândia continuam nesta segunda-feira (20) com as conversas sobre a entrada na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mas a expectativa de uma adesão rápida está mais distante devido ao bloqueio da Turquia, que quer que os países nórdicos deixem de apoiar grupos curdos considerados terroristas por Ancara.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se reunirá hoje em Bruxelas com representantes turcos, suecos e finlandeses com a esperança de desbloquear as conversas antes da cúpula da aliança militar em Madri na próxima semana.

Antes que a Turquia bloqueasse o processo no mês passado, Estocolmo e Helsinque esperavam uma adesão rápida à Otan, que requer a unanimidade de seus 30 membros. A Turquia faz parte da Otan desde 1952.

"Estamos preparados para que leve tempo", declarou à imprensa nesta segunda a ministra de Relações Exteriores sueca, Ann Linde, em Luxemburgo.


A premiê finlandesa, Sanna Marin, também reconheceu na semana passada que existia o risco de um "congelamento" se o conflito não fosse resolvido antes da cúpula de Madri.

Medidas concretas

Na quarta-feira passada, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu "medidas concretas" através de compromissos escritos de Suécia e Finlândia.


Ancara acusa os dois países — principalmente a Suécia — de apoiar grupos curdos como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em idioma curdo) e as Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera terroristas.

Também exige a suspensão dos bloqueios de exportação de armas imposto por ambos os países após sua intervenção militar no norte da Síria em outubro de 2019, um endurecimento da legislação antiterrorista sueca e a extradição de vários indivíduos que considera terroristas.


Para Paul Levin, diretor do Instituto de Estudos Turcos na Universidade de Estocolmo, "é possível" que nos próximos dias ocorra um desbloqueio, "mas seria muito difícil". Isso "implicaria que ambas as partes mostrem uma real vontade de compromisso", disse o especialista durante uma entrevista à AFP.

Uma deputada chave

Com uma comunidade curda importante, de cerca de 100 mil pessoas, a "Suécia se destaca [...] por ser, em geral, mais solidária com a causa curda", assinalou Levin.

"Existe um conflito real entre o ponto de vista da Suécia sobre a questão curda e as exigências turcas para a Suécia", comentou a sueca Li Bennich-Björkman, professora de ciência política na Universidade de Uppsala.

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Esse dilema ficou evidente nas últimas semanas no papel desempenhado pela deputada sueca de origem curdo-iraniana Amineh Kakabaveh, que se opõe a qualquer concessão para o presidente Erdogan.

Sua voz é essencial para garantir o apoio do governo social-democrata minoritário de Andersson, devido ao equilíbrio precário no Parlamento sueco. Na semana passada, a deputada ameaçou não apoiar o orçamento do governo, exigindo uma promessa clara de embargo às exportações de armas para a Turquia.

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