Joseph Feliz Badio teria dado a ordem para matar o presidente do Haiti, segundo a polícia
Reprodução / TwitterA polícia da Colômbia identificou, nesta sexta-feira (16), um ex-funcionário do governo haitiano, Joseph Felix Badio, como responsável direto por ordenar a dois mercenários colombianos que matassem o presidente do Haiti, Jovenel Moise, quando o plano inicial era capturá-lo.
Leia também: A origem dos mercenários acusados de matar o presidente do Haiti
Badio tinha se reunido com os dois ex-militares para lhes dizer que sua missão era prender Moise, mas segundo depoimentos, três dias antes da suposta operação de captura, disse a eles que "o que têm de fazer é assassinar o presidente do Haiti", afirmou o general Jorge Luís Vargas, diretor da Polícia Nacional colombiana, que vem cooperando com a investigação.
Badio é um "ex-funcionário do ministério da Justiça" haitiano, que também havia trabalhado na luta contra a corrupção junto ao serviço de inteligência do país, explicou Vargas em uma declaração à imprensa colombiana.
Segundo o general, o suspeito deu as instruções a Duberney Capador, que acabou sendo morto pelas forças de segurança do Haiti, e Hermán Rivera, que está preso, para que matassem o presidente durante o ataque à sua residência em Porto Príncipe, no último dia 7.
No entanto, a investigação ainda não conseguiu esclarecer se Badio atuou seguindo ordens e os motivos pelos quais decidiu matar o líder haitiano. Segundo a polícia colombiana, o grupo de mercenários teria sido contratado com a missão de deter a Moise e entregá-lo, supostamente à agência antidrogas norte-americana, a DEA.
Na última quinta-feira, a polícia do Haiti emitiu uma ordem de captura contra Badio por sua suposta participação no complô, descrevendo-o como um suspeito "arnado e perigoso", segundo o aviso postado no Twitter. Outros dois homens, John Joel Joseph e Rodolphe Jaar, também estão sendo procurados.
No ataque contra Moise — no qual sua esposa Martine saiu gravemente ferida — participaram 26 colombianos, em sua maioria ex-militares, e dois norte-americanos de origem haitiana.
De acordo com o general Vargas, os ex-militares Duberney Capador e Germán Rivera coordenaram a operação que resultou no assassinato de Moise. Ambos viajaram para a República Dominicana entre abril e maio e, de lá, entraram no território haitiano.
Pelo menos 21 pessoas, incluindo 18 colombianos e 3 haitianos, foram presas por sua suposta ligação com o assassinato que, segundo as investigações policiais, foi planejado em território dominicano. Além de Capador, outros dois colombianos foram mortos por forças haitianas.
Pela maneira como os resultados das investigações têm sido descobertos lentamente, o governo colombiano acredita que uma parte dos ex-militares colombianos, contratados como mercenários pela empresa CTU Security, que tem sede em Miami, foram enganados e apenas alguns souberam antecipadamente do plano para assassinar Moise.