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Familiares vivem novela dolorosa com sumiço de avião na Malásia

Saiba como deve ser o procedimento das companhias em casos como o da Malaysia Airlines

Internacional|Marta Santos, do R7

Casos em que as investigações podem demorar meses para serem concluídas são uma “novela dolorosa para as famílias das vítimas”
Casos em que as investigações podem demorar meses para serem concluídas são uma “novela dolorosa para as famílias das vítimas” Casos em que as investigações podem demorar meses para serem concluídas são uma “novela dolorosa para as famílias das vítimas”

Angústia. É com esse sentimento que parentes e amigos dos passageiros do avião da Malaysia Airlines estão vivendo desde que a aeronave desapareceu, no último sábado (8).

Segundo especialistas ouvidos pelo R7, a falta de informações e a incerteza sobre o que aconteceu com as 239 pessoas que estavam a bordo da aeronave afetam ainda mais o estado emocional dos envolvidos no caso.

O jornalista Luiz Carlos Franco, que participou da cobertura de três grandes acidentes aéreos, (entre eles, o do Airbus da TAM que colidiu com um prédio em 2007, matando 199 pessoas), disse que casos como o do voo MH-370, em que as investigações podem demorar meses para serem concluídas, são uma “novela dolorosa para as famílias das vítimas”.

Devido à delicadeza e magnitude da situação, é preciso aplicar uma série de regras padrões de procedimento para minimizar o sofrimento de todos.

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— Hoje, alguns desses manuais de crise e de procedimentos são muito precisos. Além disso, muitas companhias aéreas já trabalham o gerenciamento de crise de forma preventiva, montando uma “sala de crise”, composta por advogados, gestores, jornalistas, médicos e um call center para prestar atendimento de informação em caso de acidentes.

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Na terça-feira (12), parentes de passageiros do voo MH-370 acusaram a companhia aérea de estar escondendo informações e protestaram gritando “nos digam a verdade” e jogando garrafas de água na direção de funcionários da empresa.

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Franco lembra que nos últimos seis dias muita coisa foi especulada em relação ao sumiço do avião, mas a empresa deve tomar cuidado com as informações que divulga. Segundo ele, “a forma como a empresa conduz esses acidentes perante a sociedade é que determina sua integridade, já que ninguém está livre de acidentes”.

— Apesar das reclamações dos familiares, o mistério é muito maior do que as informações que se tem até agora.

O jornalista também acompanhou o acidente do voo 111, da Swissair (hoje chamada Swiss), que caiu na costa leste do Canadá em setembro de 1998, matando as 229 pessoas que estavam a bordo.

— Um diferencial deste acidente foi a criação de um boletim minuto a minuto com tudo o que estava acontecendo, com as informações que assessoria da companhia podia passar tanto para os familiares quanto para a sociedade de um modo geral. [O procedimento] foi considerado exemplar na época.

“No caso da Malásia, o que a empresa pode fazer neste momento é colocar à disposição das famílias passagens aéreas para que elas se desloquem [até Kuala Lumpur, de onde o avião decolou] e dar a elas assistência psicológica e religiosa”, disse o jornalista.

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O psicoterapeuta Paulo Tessarioli também disse ao R7 que “é fundamental que os familiares tenham um acompanhamento psicológico. Eles estão vivendo uma situação de crise e é importante que alguém capacitado os ajude a gerencie essa situação”.

— Uma pessoa comum evitaria tocar no assunto; já o psicoterapeuta, com seu conhecimento técnico e experiência de trabalho, vai fazer o caminho inverso e fazer com que os familiares verbalizem o que pensam.

Tessarioli explica que falar com um profissional também ajuda a diminuir a carga emocional que há dentro dessas pessoas.

— Se eles não conseguirem desabafar, botar pra fora o que estão sentindo, elas podem piorar, talvez adoecer, entrar em estado de choque ou de pânico, agora ou no futuro.

Ainda segundo o psicoterapeuta, o status de “desaparecido” dos passageiros do avião aumenta ainda mais a agonia dos familiares.

— Por mais que nós sejamos seres racionais, nós guardamos aquela sensação de incerteza, de esperar que algo diferente possa ter acontecido. Tudo isso gera ainda mais ansiedade nessas pessoas.

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