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Milhares de pessoas se manifestaram no último sábado (27) em praças e avenidas públicas da Argentina em apoio à vice-presidente Cristina Kirchner, que enfrenta um julgamento por corrupção e um pedido da promotoria de 12 anos de prisão e inabilitação política
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A convocação para o protesto foi feita em redes sociais. Cristina, de 69 anos, foi acusada, com outras 12 pessoas, dos crimes de associação ilícita e administração fraudulenta agravada em um caso de corrupção na licitação de obras públicas quando ela era presidente (2007-2015)
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A prefeitura de Buenos Aires, controlada pelo opositor de direita Horacio Larreta, ordenou a instalação de uma cerca para impedir que os manifestantes chegassem à esquina da residência de Cristina, epicentro de vigílias e manifestações na semana passada
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A polícia reprimiu os atos com jatos de água e gás lacrimogêneo, mas os manifestantes prosseguiram e chegaram à porta da residência durante a noite para acompanhar um discurso de Cristina
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"Houve muito sangue na Argentina para que sigam ameaçando aqueles que pensam diferente com tiros, balas de borracha, gás lacrimogêneo, spray de pimenta", disse Kirchner aos milhares de simpatizantes
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A ex-presidente atribuiu a situação ao "ódio" contra o peronismo e pediu à oposição "que pare de competir entre si para ver quem odeia mais e quem bate mais nos peronistas"
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"É incrível o grau de cinismo e perversão de não assumir o que eles querem: exterminar o peronismo", disse Kirchner, para quem o julgamento que a envolve é uma perseguição contra ela e um ataque ao campo político que representa
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"As cercas instaladas pelo senhor Larreta representam mais do que impedir a livre circulação. São mais do que sitiar a vice-presidente da nação", tinha publicado Cristina nas redes sociais mais cedo
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O presidente Alberto Fernández expressou no Twitter que "a operação, longe de contribuir para a tranquilidade, gerou um clima de insegurança e intimidação", e considerou "imperioso cessar o assédio à vice-presidente e garantir o direito à livre expressão e manifestação dos cidadãos"
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Funcionários, deputados e líderes políticos, sindicais e sociais somaram-se à convocação na Recoleta. Em outras partes do país, incluindo Tucumán, Córdoba e Rosário, milhares de pessoas também se reuniram e se manifestaram pacificamente
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As vigílias em frente ao prédio em que Cristina reside têm sido diárias desde que, na última segunda-feira (22), a promotoria pediu ao tribunal 12 anos de prisão para a ex-presidente e sua inabilitação política perpétua