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Quando alcançou o cume do Everest com uma bandeira ucraniana na semana passada, Antonina Samoilova, de 33 anos, tinha lágrimas nos olhos, contou ela nesta quarta-feira (18) após retornar a Katmandu, capital do Nepal. A bandeira continha o lema Stand With Ukraine (Apoie a Ucrânia, em tradução livre), uma mensagem também para seu pai e seu irmão, que servem no Exército defendendo o país da invasão russa
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"É uma pena" que o mundo não preste mais atenção na Ucrânia, disse à AFP. "Não é bom para nós, os ucranianos, porque necessitamos de mais ajuda, precisamos que todo o mundo nos ajude", afirmou. "Já sabia antes da expedição que seria a única ucraniana no Everest neste ano. Isso me motivou a ir ao cume porque sabia que, se não fosse eu, quem seria?", afirmou
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Samoilova pretende entrar para o seleto clube de escaladores que conseguiram chegar aos Sete Cumes — as montanhas mais altas de cada continente. Além do Everest, já concluiu a subida ao Kilimanjaro, na África, ao monte Elbrus, na Europa, e ao Vinson, na Antártida. Mas, antes de seguir com sua empreitada, ela planeja ver sua irmã e seu sobrinho, que fugiram para a Croácia, e depois estar com seu pai e seu irmão na Ucrânia. "Só quero abraçá-los", frisou
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E, uma vez que chegou ao acampamento-base, seu telefone começou a vibrar com centenas de mensagens de apoio de amigos e desconhecidos. "Tonia não é apenas o nosso orgulho, é o orgulho de toda a Ucrânia", escreveu seu pai em uma mensagem a ela. Para a temporada de escalada de primavera (hemisfério Norte) do Everest deste ano, que vai de meados de abril até o fim de maio, o Nepal concedeu 319 licenças para montanhistas estrangeiros, cada um deles acompanhado por pelo menos um guia
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Quando soube da notícia da invasão russa, em fevereiro, Samoilova estava no topo do Pico de Orizaba, a montanha mais alta do México. As primeiras notícias sobre a guerra foram dadas por sua irmã, que estava em um abrigo antiaéreo em Kiev. Quando retornava após chegar ao cume do Everest, soube que a região onde seu pai e seu irmão se apresentaram como voluntários para lutar estava tranquila. "Graças a Deus", pensou