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Gangues do Haiti abrem caminho para ajuda humanitária no País

Acessos terrestres, geralmente controlados por criminosos, foram desbloqueados para o socorro à região atingida por terremoto

Internacional|Luís Adorno, Catarina Hong e Hugo Costa, da Record TV, em Porto Príncipe

Destroços provocados pelo terremoto ainda estão pelas ruas
Destroços provocados pelo terremoto ainda estão pelas ruas Destroços provocados pelo terremoto ainda estão pelas ruas

Os haitianos que moram na capital do país, Porto Príncipe, e desejam ir para o principal destino turístico de praia local chegam ao distrito de Les Cayes, no Sudoeste da ilha, de avião, num voo de cerca de 30 minutos. Mas a preferência pela rota não se dá por comodidade: ocorre por segurança.

O trajeto terrestre, que dura cerca de quatro horas — se não houver trânsito —, é bloqueado por gangues em período de normalidade. Cada favela de Porto Príncipe e do entorno da capital tem uma gangue, chefiada por um criminoso diferente. Esses grupos costumam determinar quem pode e quem não pode passar pelo território.

O acesso terrestre costuma ser dominado pelos criminosos
O acesso terrestre costuma ser dominado pelos criminosos O acesso terrestre costuma ser dominado pelos criminosos

Mas tudo mudou depois que a região Sudoeste do Haiti foi atingida por um terremoto de magnitude 7,2 em 14 de agosto. Para que a ajuda humanitária chegue de Porto Príncipe até as áreas atingidas, as gangues decidiram liberar os acessos. A Record TV percorreu o trajeto entre a capital e Les Cayes.

As ruas que levam à saída de Porto Príncipe têm, além de um trânsito caótico, aridez. Desde o terremoto que atingiu a capital, em 2010, há regiões ainda destruídas, a exemplo do palácio presidencial, que é rodeado por grandes favelas e tem área administrada pelo primeiro-ministro, que encarrega militares para cuidar da área, não permitindo gravações no entorno, por exemplo.

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Alguns vilarejos se mantém com o comércio local
Alguns vilarejos se mantém com o comércio local Alguns vilarejos se mantém com o comércio local

Já próximo à saída da capital, o cenário que, num primeiro momento, parecia ser reflexo de um terremoto — com paredes destruídas, rios com pedras em vez de de água, lixo acumulado e carros queimados —, na verdade são marcas deixadas pelas gangues que dominam as favelas. A principal delas é a de Martissant, conhecida por moradores como a "Faixa de Gaza" haitiana.

Já fora da capital, as grandes vias que cortam o Sudoeste da ilha têm pequenos vilarejos, com comércios populares. Em pequenas casas ou com lonas montadas nas calçadas, os haitianos vendem roupas, calçados, bebidas e alimentos. Em parte do trajeto, se mesclam regiões pobres, com casas muito humildes, e o mar do Caribe, de cor verde clara e pequenos barcos compondo o cenário.

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No caminho, o que parece ser efeito do terremoto, são marcas deixadas pelas gangues
No caminho, o que parece ser efeito do terremoto, são marcas deixadas pelas gangues No caminho, o que parece ser efeito do terremoto, são marcas deixadas pelas gangues

Além de Les Cayes, que é a terceira maior cidade do Haiti, o terremoto do último dia 14 atingiu outra grande cidade, Jérémie. No entanto, o epicentro ocorreu nas pequenas cidades de Trou de Nippes e L'Asile. Ao todo, mais de 2,2 mil pessoas morreram na tragédia. Cerca de 300 pessoas ainda estão desaparecidas. E mais de 12 mil pessoas se feriram após o tremor. As autoridades locais contabilizam que mais de 100 mil casas tiveram suas estruturas comprometidas.

Um dia depois do terremoto, a região foi atingida por um outro temor, de magnitude 4,5. Às 8h (horário local) desta sexta-feira (27), houve mais um tremor em Nippe, de 2,6. Às 11h, a cidade foi atingida por um novo tremor de magnitude 4,5. Acima de 4, é possível sentir pequenos tremores. A partir de 5, fissuras são geradas em casas, o que pode gerar mortos e feridos.

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